Depois de mais de um mês de silêncio e livre da expulsão, Hissa volta empolgado e bota o bloco na rua

hissa na rua

Desde o final de abril, quando o PDT anunciou que expulsaria os deputados que votaram a favor do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef, o deputado Hissa Abrahão se recolheu para cuidar de sua defesa. Nesse período, deixou os holofotes da mídia e passou a articular dia e noite para evitar que a promessa do partido se cumprisse. Ontem, viveu um dia de agonia em Manaus, a espera da decisão, que seria tomada na reunião da Executiva Nacional, no Rio de Janeiro. Quando afinal soube que estava livre da expulsão, foi para as redes sociais comemorar e avisou: a partir de hoje, vai estar nas ruas com os correligionários, lutando para voltar à prefeitura de Manaus, desta vez como titular, não mais como vice.

Empolgado, ele concedeu a seguinte entrevista agora há pouco ao blog:

Blog – O que todo mundo quer saber: como o senhor conseguiu se livrar dessa expulsão, que parecia iminente?

Hissa – Fazia menos de 30 dias que eu havia assinado a ficha de filiação ao PDT. O presidente Carlos Luppi sabia que a decisão de sair do PPS foi muito difícil, porque eu havia construído toda a minha carreira naquele partido. E eu não participei de nenhuma reunião interna para decidir sobre o impeachment, nem tive tempo de defender a minha posição, que já estava decidida muito antes. Os companheiros entenderam isso. Outro fator que pesou para a minha permanência foi o trabalho que fizemos, com a ajuda dos militantes, para organizar o partido em todo o Estado. Fizemos isso em tempo recorde. E foi ponderado todos estes fatores que a Executiva decidiu.

Blog – Mas o senhor foi punido…

Hissa – Não poderia ser diferente. O estatuto do partido prevê que a pena mínima para os casos de desobediência à orientação partidária é de 40 dias de suspensão. Mas trata-se de uma pena simbólica. Não poderei tomar decisões partidárias nesse período, mas a ação parlamentar e a pré-campanha eu posso tocar livremente.

Blog – O senhor se arrepende do voto pela continuidade do processo de impeachment?

Hissa – Claro que não. Eu estava ouvindo as ruas. Sentava com a população nos bairros e sentia que a insatisfação com a presidente não era exclusividade da classe média. Havia um clamor. A economia estava em frangalhos. Eu respeito a posição dos apoiadores dea e do PT. Tenho amigos petistas, que hoje me olham atravessado. Mas o voto não podia levar em conta as amizades e sim o melhor para o país. E eu acho que votei certo.

Blog – O senhor apoia o governo Michel Temer?

Hissa – Apoio no que for bom para o país. Não concordo com certas indicações que ele fez para o Ministério. E vou discutir as medidas que está propondo. Não votei para ter cargos no governo federal nem benefícios de qualquer espécie.

Blog – E agora, como fica a campanha para a prefeitura de Manaus?

Hissa – Se você me permite, eu quero antes agradecer aos meus companheiros do PDT, na pessoa do presidente Carlos Lupi, que defendeu nossa permanência no partido. Ao nosso presidente estadual Stones Machado e a todos os companheiros do Amazonas que foram nos defender. Tivemos a defesa, também, do nosso líder de bancada na Câmara, deputado Weverton Rocha, e do relator Marcos Ribeiro. Tentaram, de toda forma, nos prejudicar junto à Executiva Nacional, no intuito de nos tirar da disputa pela prefeitura. O partido é muito maior que tudo isso. A confiança na continuação do nosso projeto é a grande prova de que o PDT no Amazonas não vem mais para ser coadjuvante e nem pra servir de trampolim pra mais ninguém nas eleições. Nosso projeto para Manaus não é brincadeira e ninguém vai impedir o nosso partido de avançar.

Blog – Vice, nunca mais?

Hissa – Tive uma experiência bastante traumática como vice-prefeito. Notei que, para alguns políticos tradicionais, a vaidade está acima de tudo. Acima do trabalho, da competência, da responsabilidade e até da família. Aprendi muito com isso. Hoje eu sei o que fazer e o que não fazer. Eu queria muito trabalhar para cumprir as promessas que fizemos na campanha. Achava que um novo tempo se descortinaria à nossa frente se fizéssemos o que a população estava esperando. Mas percebi que meu companheiro de chapa não pensava da mesma forma. Me impediram de fazer o que era necessário e o que conseguimos realizar no período em que passamos na Secretaria de Infraestrutura muitas vezes foi o que fizemos por conta própria, sem consultar o prefeito. Por ele, nada teria sido feito. Por pura vaidade. Agora eu vou mostrar ponto a ponto, vou cobrar, vou fiscalizar, vou estar nas ruas todos os dias, do jeito que o povo sabe e conhece.

Blog – Então o senhor está voltando de um processo desgastante muito empolgado. É isso?

Hissa – Eu só tenho a comemorar.  Tudo é aprendizado. A partir de hoje a família do PDT no Amazonas estará nas ruas para vencer as eleições em Manaus

 

 

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