Esta semana o secretário de Fazenda do Estado, Alex Del Giglio, envolveu-se involuntariamente em um bate-boca com o deputado oposicionista Wilker Barreto (Podemos). Foi uma cena rara na gestão do homem que cuida das finanças estaduais desde janeiro. Ele tem administrado conflitos, ao invés de se envolver neles. E adotou uma postura absolutamente austera. Não usa motorista, não tem assessoria recheada e não apinha fornecedores em sua ante-sala, como ocorria em gestões anteriores.
Aliás, o blog constatou isso ao fazer uma visita à Sefaz no início da semana. Surpreendentemente, a romaria de fornecedores acabou. E não era apenas naquele momento. Os servidores testemunharam o fato. É que Del Giglio está cumprindo uma promessa de campanha do governador Wilson Lima (PSC) e tentando colocar os pagamentos dentro de um cronograma que obedece a ordem de chegada dos faturamentos.
Ainda há problemas, de fato. Mas o cenário é bem diferente. O secretário se nega a negociar qualquer coisa com os fornecedores e tenta imprimir uma rotina absolutamente profissional.
O entrevero com Barreto foi exceção. É que, como qualquer pessoa, Del Giglio suporta pressão até certo limite. Ele não gostou de ser chamado de “apedeuta” pelo parlamentar, em pronunciamento deste na Assembleia Legislativa. Por isso, quando viu o deputado em sua ante-sala, acompanhando os fornecedores da área de Saúde, revoltou-se.
SAÚDE, O PROBLEMA
Até aqui, o pagamento às empresas terceirizadas na área de saúde foi o problema que mais incomodou o secretário. Na última terça-feira (18) ele se reuniu mais uma vez com representantes das empresas médicas e garantiu que o acordo de pagamento está mantido. Na quarta-feira (19), parte do pagamento de abril foi repassado e até o próximo dia 28 o mês estará todo liquidado.
A reunião foi realizada na Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), com a presença do secretário estadual de Saúde, Rodrigo Tobias, e de Fazenda, Alex Del Giglio, além de membros do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam). “A reunião foi muito satisfatória, tendo em vista que a pauta foi específica sobre a questão de pagamento, entende-se também que ter esse apoio do governo a respeito do diálogo com as empresas médicas, sobretudo, é importante para a gente, pois entendemos que os médicos e as cooperativas são importantes para o sistema de saúde funcionar”, disse Rodrigo Tobias.
A Susam informa que vem mantendo os pagamentos do ano corrente e que já pagou duas parcelas de 2018 para as empresas de serviços médicos, parte delas com o uso do Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas (FTI) autorizado pela Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
Diálogo aberto
Alex Del Giglio reforçou o compromisso do diálogo aberto que o Governo mantém, desde o início desta gestão, com as empresas médicas para tratar da liquidação de pendências financeiras de exercícios anteriores e do ano vigente. Os dois secretários e médicos terão uma próxima reunião no dia 5 de julho para discutir ajustes no calendário de pagamento.
Do encontro fechado, deveriam participar apenas as partes diretamente interessadas para otimizar os procedimentos. Não integrava a lista de componentes o deputado Wilker Barreto, que tentou impor sua presença no encontro reservado. Diante da atitude que foge aos padrões republicanos de negociação, o secretário de Fazenda negou-se a receber o parlamentar naquele momento, mas se dispôs a atender a demanda do representante do legislativo em data a ser marcada futuramente.
No final, as empresas saíram satisfeitas da reunião. A presidente do Simeam e sócia da cooperativa Imed, Patrícia Sicchar, disse que a reunião foi positiva. “Ficou acordado que parte da dívida de abril será quitada amanhã, e a outra parte as empresas receberão no dia 28, completando todo o mês de abril, sendo liquidado. Isso é um ponto positivo. E no dia 5 de julho, já ficou acordado, que haverá nova reunião, com todas as empresas médicas e os dois secretários novamente. Abriu-se esse diálogo muito importante. Foi um reunião muito produtivo, com diálogo e respeito”.
A Susam considera que o único mês em atraso é abril, que será pago até o dia 28. O faturamento só é feito no mês seguinte à prestação do serviço e a lei define 30 dias para pagamento a partir da entrada no protocolo. Ou seja, se emitir a nota em primeiro de junho, a Suam tem até 1º de julho para pagar e a maioria das empresas só dá entrada na nota próximo do dia 15.
Compartilhe isso:
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para enviar um link por e-mail para um amigo(abre em nova janela)
- Clique para imprimir(abre em nova janela)