Corecom prevê que aumento da gasolina deve gerar efeito cascata em até três meses

MANAUS 13/08/2013 MARCO ANTONIO EVANGELISTA, PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA (CORECOM) DISCURSA NA SESSAO PLENARIA DA CAMARA MUNICIPAL DE MANAUS (CMM). FOTO:TIAGO CORREA/CMM

O aumento de 6% nos preços da gasolina e de 4% no diesel nas refinarias, em vigor há uma semana deve ocasionar um efeito cascata nos preço de outros produtos em até três meses, alertou o Conselho Regional de Economia (Corecon-AM). A previsão é de que nesse período o aumento seja incorporado a outros setores da Economia como: o comércio, indústria e serviços.

De acordo com Marcus Evangelista (foto), presidente do Conselho, a medida é um reflexo do aumento do dólar que tem impacto direto na inflação. Ele explica que nos próximos meses o consumidor deverá sentir mais intensamente os efeitos do reajuste no dia a dia, com o possível aumento do valor das passagens de ônibus, produtos da cesta básica e até o preço do frete.

“Como toda a cadeia produtiva se utiliza do diesel, o transporte de alimentos vai ficar mais caro o que vai afetar também o preço dos alimentos. Há estimativas que o preço do frete aumente em torno de 2%, e o transporte rodoviário de cargas fique de 0,46% a 1,41% mais caro. Como grande parte da matriz energética brasileira é composta de termoelétricas, que utilizam combustíveis para gerar eletricidade, o aumento no preço pode refletir também na conta de luz”, adiantou Evangelista.

Para o vice-presidente do Corecon-AM, Nelson Azevedo, a medida deve impactar também no percentual da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), com um efeito de 0,20 pontos percentuais. Azevedo afirma, ainda, que o repasse do valor para o consumidor final pode intensificar a retração do comércio e da indústria.

“O comércio presencia, hoje, uma queda nas vendas de vários setores. Com o aumento do preço dos produtos essa situação se agrava, porque as pessoas deixam de comprar cada vez mais. Isso traz menor lucro para as empresas que podem começar a demitir, aumentando o índice de desemprego”, lamentou Azevedo.

O economista avalia, também, que nessa situação, onde um lado pressiona pelo aumento e outro pela diminuição ou manutenção de preços, o mais provável é que o aumento seja feito de forma sutil ou mesmo que os preços sejam mantidos, acarretando aos produtores o ônus do aumento. “Mas como é sempre o consumidor o afetado, dificilmente as empresas vão arcar com os preços da medida”, concluiu Azevedo.

Aumento

A Petrobras comunicou, no dia 30 de setembro, o reajuste nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias. Com isso, os postos de combustíveis começaram a repassar o valor ao consumidor a partir do dia 1º deste mês.

O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Amazonas (Sindicam) informou que o preço médio da gasolina deve ficar em torno de R$ 3,80 na capital. Segundo o presidente do Sindicam, Geraldo Dantas, alguns postos começaram a trabalhar com os novos preços na mesma data do anúncio da Petrobras. O aumento repassado às refinarias pela estatal foi de 6% para a gasolina e 4% para o diesel.

“O valor repassado para os postos foi o mesmo repassado pela refinaria. O preço varia porque cada posto pode decidir por quanto vai vender o combustível. Na última semana, alguns estavam com preços mais baixos devido a promoções que fizeram, mas com o reajuste feito essa promoção não deve mais valer”, enfatiza Dantas.

Este é o segundo aumento no combustível repassado ao consumidor em 2015. No mês de fevereiro, a variação do preço do litro da gasolina comum passou de R$ 3,28 para até R$ 3,59.

Com informações da assessoria de imprensa

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