Contrários a novo empréstimo contraído pelo Estado, deputados suspeitam de rombo nas finanças

Vicente-e-Dallas

Os deputados Wanderley Dallas e Vicente Lopes, ambos do PMDB, votaram contra a autorização para que o Estado contraia novo empréstimo, de R$ 300 milhões, junto ao Banco do Brasil, por suspeitar que há um rombo nas contas do governo, que não está sendo revelado pelo governador José Melo (PROS). Os dois tomaram medidas para saber a real situação financeira do erário. O primeiro enviou ofício à Amazonprev, solicitando informações sobre um possível saque no Fundo Previdenciário do Estado e o segundo quer que o BB se manifeste sobre as denúncias do do ex-secretário Gilberto de Deus, sob pena de se tornar conivente com irregularidades.

Dallas quer saber do diretor presidente da Amazonprev, Fabio Pereira Garcia dos Santos, se é verdade que o Estado sacou R$ 300 milhões do Fundo para ajudar a pagar a folha do funcionalismo em novembro. “Isso seria um crime de responsabilidade”, afirmou. É proibido por lei qualquer manipulação do dinheiro dos aposentados, a não ser em benefício deles próprios. “Votei contra o empréstimo porque nós não sabemos direito como o Estado vai aplicar este recurso e também são muito nebulosas as informações sobre a saúde financeira do erário. Logo, é uma irresponsabilidade admitir mais ente endividamento”, afirmou o parlamentar.

“O Banco do Brasil tem obrigação de se manifestar sobre o relatório e acompanhamento de obras do governo estadual, objeto de recentes denúncias do ex-secretário Gilberto de Deus (Secretaria de Infraestrutura), sob pena de parecer conivência do próprio banco”, afirma Vicente.

Com os votos contrários dos dois peemedebistas e de Luiz Castro (Rede), o plenário aprovou o financiamento que, de acordo com a mensagem assinada pelo governador, será utilizado em obras e desapropriações. Na terça-feira, 24, o secretário Afonso Lobo (Fazenda) compareceu ao plenário da Casa e falou também aos deputados sobre projetos do governo que estavam tramitando na Casa.

Gilberto de Deus pediu para dar explicações aos deputados, mas a Mesa Diretora não respondeu nem autorizou a sua presença. “Não podemos continuar autorizando o governo a fazer novos empréstimos, diante das graves denúncias do ex-secretário, para quem esta Casa não abriu espaço até agora. Fala-se de corrupção em Iranduba, Atalaia do Norte e outros municípios, mas o ex-secretário Gilberto de Deus não teve espaço para explicar suas denúncias sobre o pagamento de milhões em obras não realizadas”, afirma Vicente Lopes. “É algo estarrecedor e preocupante e o Estado tem de exigir que o Banco do Brasil apresente o seu relatório de fiscalização e acompanhamento”.

Luiz Castro afirmou concordar com Vicente Lopes. “Não há informações técnicas,  nenhuma transparência e nem ao menos uma estimativa”,   diz o representa da Rede, que também reclama a presença de Gilberto de Deus.  “Concordo com o deputado Vicente Lopes: que o ex-secretário venha conversar com os deputados aqui, da mesma forma que fez o secretário Afonso Lobo”, concluiu.

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