Cidade Universitária, que já consumiu R$ 100 milhões, vira alvo de investigação do Ministério Público de Contas

O Ministério Público de Contas, órgão ligado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), vai apurar as suspeitas de irregularidades nas obras da Cidade Universitária, em Iranduba, na Região Metropolitana de Manaus. A informação foi repassada pela deputada estadual Alessandra Campêlo (PMDB), que no dia 13 de maio deste ano visitou o que seria o canteiro de obras do complexo e constatou o total abandono do projeto que já abocanhou quase R$ 100 milhões dos cofres do Estado. 

O processo em questão é o de número 3272/2016, formulado pelo procurador Ruy Marcelo Alencar de Mendonça. O despacho admitindo a representação para apurar as supostas irregularidades nas obras que estão sob a responsabilidade da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) foi publicado no Diário Oficial Eletrônico do TCE-AM na última quarta-feira, 21 de setembro.

“Em maio fiz essa denúncia sobre a Cidade Universitária e essa Casa fez ouvidos de mercador para uma obra fantasma que já gastou quase R$ 100 milhões em recursos públicos. Fiz a minha parte e hoje vejo que não estou sozinha, pois o Ministério Público de Contas vai investigar as supostas irregularidades nesse projeto”, afirmou Alessandra.

Entenda o caso

A construção da Cidade Universitária é um dos exemplos mais gritantes de desperdício de dinheiro público no Amazonas em pleno período de crise econômica. Segundo a deputada, o Governo do Estado, por meio da Seinfra, já gastou quase R$ 100 milhões na “obra”, no entanto, o empreendimento está totalmente abandonado e entregue aos cachorros.

Depois de receber diversas denúncias da comunidade acadêmica sobre o problema, a parlamentar da oposição fez uma inspeção no canteiro de obras do projeto no 13 de maio. Para sua surpresa, encontrou o local onde deveria ser a reitoria, uma biblioteca e um refeitório às moscas. Descaso absoluto com o dinheiro do contribuinte.

“Essa obra está abandonada desde o início do ano. Nesse projeto já foram gastos quase R$ 100 milhões, segundo uma pesquisa rápida que fizemos no Portal da Transparência. Aí você passa a entender por que não tem dinheiro para remédio nas unidades de saúde, por que o pagamento dos funcionários da saúde está atrasado, por que os doentes renais não conseguem fazer transplante, você começa a entender por que não tem merenda escolar, enfim, por que inclusive o auxílio que os estudantes da UEA deveriam receber não está sendo pago”, denunciou Alessandra, que levou o caso ao conhecimento do TCE-AM.

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