Chapecoense é declarada campeã da Copa Sul Americana; El Nacional é o vice e recebe honras

A Conmebol decidiu nesta segunda-feira que o título da Copa Sul-Americana foi atribuído à Chapecoense, que se classificou para a final, mas teve sua delegação dizimada pelo acidente aéreo da semana passada, a caminho de Medellín. 

“O conselho da Conmebol tomou a decisão de declarar a Associação Chapecoense de Futebol Campeã da Copa Sul-Americana 2016, com todas as prerrogativas esportivas e econômicas”, anunciou a entidade em um comunicado.

Com o título, a Chape receberá a premiação de 3.925.000 dólares e tem vaga garantida na Libertadores de 2017.

A ideia de considerar o time catarinense campeão do torneio continental foi sugerida pelo próprio Atlético Nacional, outro finalista, que conquistou a Copa Libertadores em julho.

Por isso a Conmebol decidiu conceder ao clube colombiano “o prêmio Centenário do Fair Play, por um montante de um milhão de dólares”.

“Para a Conmebol, não há maior demonstração do espírito de paz, compreensão e jogo limpo (…) que a solidariedade, a consideração e o respeito mostrado pelo Club Atlético Nacional da Colômbia em relação aos seus irmãos da Associação Chapecoense de Futebol do Brasil“, justificou a entidade.

Com a oficialização da decisão, O duelo frustrado entre Chapecoense e Atlético Nacional poderá ser realizado no ano que vem, na Recopa Sul-Americana, que coloca frente à frente os campeões das duas competições continentais.

“Campeões eternos, por honra e mérito”, reagiu o clube colombiano depois do anúncio da Conmebol de entregar o título à Chape.

A tragédia do dia 29 de novembro deixou 71 mortos, com apenas seis sobreviventes, entre eles três jogadores da equipe (Alan Ruschel, Hélio Neto e Jacson Follman), um jornalista (Rafael Henzel) e dois tripulantes (Ximena Suárez e Erwin Tumiri).

Homenagens no mundo inteiro

Clube criado há apenas 43 anos, a Chape, que ainda disputava a Série D do Brasileirão em 2009, vivia um verdadeiro conto de fadas nesta temporada, chegando à decisão na sua segunda participação em uma competição internacional.

Vários times brasileiros ofereceram emprestar jogadores gratuitamente para ajudar o clube a ser reerguer.

“Perdemos praticamente todos os nossos valores, tudo que conseguimos. Temos que começar do zero”, lamentou o vice-presidente da Chape, Ivan Tozzo, nesta quarta-feira.

No sábado, 50 caixões de integrantes da delegação do clube catarinense foram trazidos da Colômbia a Chapecó e dezenas de milhares de pessoas se despediram dos seus heróis.

O velório contou com presença de personalidades como o presidente Michel Temer, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, e o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez.

No fim de semana, houve várias homenagens nos campos de futebol ao redor do mundo.

Na Europa, houve minutos de silêncio em praticamente todas as partidas, inclusive os clássico entre Barcelona e Real Madrid. Jogadores brasileiros exibiram faixas ou camisetas com a mensagem “#Força Chape” na hora de celebrar gols, como Willian, do Chelsea, ou Alex Sandro, da Juventus.

Na Argentina, o River Plate jogou com uniforme verde, cor usada pela Chape. No estádio ‘La Bombonera’, do Boca Juniors, a torcida mostrou bandeiras e faixas com mensagens de apoios às vítimas.

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