De inflamações causadas por vírus e bactérias, até o desenvolvimento de tumores malignos, as alterações testiculares têm uma característica em comum: o aumento do volume do testículo. O cirurgião urologista Giuseppe Figliuolo explica que o sintoma pede uma investigação minuciosa, que pode ir de exames laboratoriais e de imagem, até algo mais aprofundado, como a análise patológica de fragmento retirado por biópsia.
De acordo com ele, o câncer de testículo, por exemplo, pode acometer indivíduos com idades variadas, passando por crianças e jovens, e chegando aos homens mais maduros. A média é de idade para o diagnóstico é de 33 anos, mas, pelo menos 6% dos casos ocorrem em pessoas com idade inferior e 8%, em pessoas do sexo masculino com mais de 55 anos.
Pesquisas recentes mostram que, apesar de raro, o câncer de testículo deve atingir 1 a cada 250 homens ao longo da vida, uma média menor do que, por exemplo, a registrada para o câncer de próstata, cuja a proporção é de 1 para 7.
Dependendo do estágio da doença, os tratamentos são variados e podem ser associados. Quando localizada, a indicação pode ser cirúrgica, com a retirada de um ou dois testículos (orquiectomia), explica Giuseppe Figliuolo. “A retirada dos testículos aumenta as chances de sequelas como a infertilidade, embora as chances não cheguem a 100%”, frisou.
Outras opções terapêuticas são radioterapia e quimioterapia, que podem ocorrer como prévia da cirurgia, complementação ou tratamento principal (adjuvante).
No caso da quimioterapia, especialistas aconselham a fazer a coleta e preservação de espermatozóides antes do tratamento, pois há chances de resultar em infertilidade.
“Pesquisas apontam que pessoas que já tiveram câncer em um dos testículos, têm maior probabilidade de desenvolver no outro testículo, mas não significa que isso irá ocorrer. Por isso, é recomendado um acompanhamento anual com o urologista por, pelo menos, dez anos, seguindo a linha dos protocolos internacionais, explicou o cirurgião.
Outras alterações
Figliuolo destaca que, além dos tumores malignos de testículo, outras alterações podem ocorrer ao longo da vida do indivíduo. Entre elas estão a orquite, que decorre de causas virais, sífilis ou caxumba; a hidrocele, caracterizada pelo acúmulo de líquidos na membrana que reveste os testículos; varicocele, decorrente da dilatação de veias que pode levar à formação de tumores; epididimite, fruto de inflamação no epidídimo, um canal localizado atrás dos testículos; hérnias decorrentes de traumas e pressões, entre outras.
Giuseppe Figliuolo destaca a importância de conhecer o próprio corpo e da realização do autoexame para detectar alterações como caroços, inchaços, vermelhidões/inflamações, e afins.
“Apalpar os testículos durante o banho, por exemplo, ajuda a localizar uma eventual alteração. Se isso ocorrer, é importante procurar ajuda médica. Infelizmente, ainda nos deparamos com uma cultura na qual o homem só procura o médico quando já há algum tipo de sintoma incômodo. Nosso grande desafio é diagnosticar cada vez mais cedo esses problemas e promover a prevenção, conscientizando a população masculina a realizar um check up anual que inclua especialidades como a urologia, cardiologia e afins”, explicou o especialista.
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