Ao contrário do que propala, governo estadual gasta menos de R$ 1 por habitante na saúde

reunião entidades

O Amazonas fica em 23º em investimentos na saúde, gastando somente R$ 0,98 por dia por habitante, na saúde. A informação foi repassada durante reunião com diversas instituições do segmento, realizada na Assembleia Legislativa (Aleam), ontem (30).

Proposta pelo deputado estadual Luiz Castro (Rede), a reunião contou com a presença da procuradora Bruna Silva, do Ministério Público Federal (MPF), que ouviu a demanda de vários representantes do segmento da saúde, que estão sofrendo com a falta material básico, como medicamentos.

O fechamento dos Centros de Atenção Integral à Melhor Idade (Caimis) e Centros de Atenção Integral A Criança (Caics) também estiveram na pauta. Segundo o parlamentar, é um contrassenso encerrar essas unidades.

Para Luiz Castro, ainda há muitos pontos a esclarecer, sendo indispensável uma estratégia de discussão democrática, que ouça de fato a população e os profissionais, tudo de forma integrada com a Prefeitura.

“A diminuição da atenção básica às crianças e aos idosos vai sobrecarregar de demanda dos hospitais e prontos-socorros, que já estão superlotados. Além disso, o Governo precisa promover primeiro cortes de desperdícios e despesas supérfluas, como na Publicidade, e faça um esforço fiscal mais inteligente”, assinalou o parlamentar.

Caics

De acordo com os Sindicatos dos Profissionais de Enfermagem (Sindsaude) e dos Médicos do Amazonas (Simeam), cerca de 900 crianças são atendidas, diariamente, nos Caics da capital. Desde sua criação, em 2002, a mortalidade infantil obteve queda de 70%.

“Cada unidade tem, em média, oito pediatras trabalhando. Para onde irão? Os Prontos Socorros estão um caos, já com crianças nos corredores. Temos um déficit de leitos, que seriam 2 para cada mil habitantes”, salientou o presidente do Simeam, Mário Viana.

Renais crônicos

Mais de 70 pessoas, por semana, estão morrendo na fila de espera para a realização da hemodiálise e transplantes, no Amazonas. Essa realidade foi debatida novamente, durante a reunião.

O presidente da Associação dos Transplantados de Fígado e Renais Crônicos (Arsam). Rildo Agre, lembrou que os pacientes estão morrendo na chamada ‘fila da morte’ e que o governo do Estado não mais subsidia o Tratamento Fora de Domicílio (TFD) há no mínimo seis meses.

Saúde mental

A psicóloga Rosangela Aufiero ressaltou que todas as questões debatidas – Caics, Caimis, Renais Crônicos, Transplantados e portadores de HIV/AIDS – acabam em uma mesma questão: a problemática na saúde mental.

“O Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro ainda está ativo, mas conhecemos pacientes que ainda precisam do lugar, mas vão para o local com medo até de ser picado por cobras, devido ao abandono”, afirmou.

Encaminhamentos

Ao final da reunião, ficou acordado que haverá um levantamento minucioso sobre a situação dos Caics (total geral de atendimento; se transformado em Unidades Básicas de Saúde, para onde irão locar os demais pediatras; entre outros) e um relatório com dados atualizados sobre a situação dos transplantados e renais crônicos.

“Também faremos cobrança efetiva da Prefeitura de Manaus para maior atenção à saúde mental, apresentando e cobrando metas a serem cumpridas na área, como um local apropriado para a realização de atendimentos e entrega correta e sem falhas de medicamentos”, finalizou Luiz Castro.

 As Associações dos Transplantados de Rins e de Fígado no Estado (Arcam); o Centro de Integração Amiga da Mama (Ciam); Grupo de violência obstetrícia de Manaus; Fórum DST/AIDS/HIV do Amazonas; o Fórum da Saúde Mental; Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simmeam); Coordenação dos Enfermeiros; Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência; Sindicato dos Farmacêuticos; Comissão de Saúde da Organização dos Advogados do Brasil (OAB) e o Comitê de Controle da Tuberculose do Amazonas também estiveram presentes à reunião.

Imagem: Juçara Menezes / Caama

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