Amazonense cemeça hoje a representar o Brasil no voleibol sentado dos Jogos Paralímpicos

Por Paulo Ricardo Oliveira – A amazonense Laiana Rodrigues Batista, 34, está em contagem regressiva para a estreia do Brasil nos Jogos Paralimpicos do Rio contra o Canadá, nesta sexta-feira, 17h30 (em Manaus) no voleibol sentado. “Estou com uma expectativa enorme para essa disputa. Treinamos muito. O objetivo é ficar entre as melhores. Se rolar pódio, melhor ainda. E que a medalha seja douradinha, maravilhosa (risos)”, diz a oposto.

Nesta quarta – feira Laiana era só alegria no desfile de abertura dos Jogos, distribuindo sorrisos e simpatia com as companheiras da seleção brasileira. Ela chegou ao complexo Paralimpico do Rio de Janeiro dia 31 depois de uma fase de preparação  em Volta Redonda. A amazonense criada no bairro Armando Mendes, zona Norte de Manaus, se disse confiante numa vitória na estreia. “Estreia é sempre estreia. Dá aquele friozinho na barriga. Mas estamos em casa e a torcida dará aquela força”.
 A participação de Laiana na Paralimpiada 2016 no Rio é realização de um sonho. Convocada para a seleção  brasileira  em março de 2015, a atacante participou ativamente de competições que credenciaram o Brasil ao pódio na modalidade nos Jogos do Rio. Em 2014, Laiana e cia ficaram na quarta colocação no Mundialito da Holanda. No ano seguinte, veio o vice – campeonato no Parapan de Toronto, no Canadá, em.agosto. Em abril deste ano, as brasileiras do vôlei sentado ficaram em terceiro lugar no Intercontinental da China. “Essa competições foram importantes para o amadurecimento da equipe. Nunca tínhamos chegado tão perto de títulos como nessas disputas. Então acredito que a equipe está bem a vontade e muito bem preparada pára a Paralimpiada do Rio”, pondera Laiana, dizendo que as seleções mais fortes da modalidade são os EUA, a China, a Ucrânia e a Rússia.
Com ou sem medalhas a jornada de Laiana no voleibol adaptado do Brasil pode ser considerada vitoriosa pelo exemplo de superação. Com 1, 84 de altura, porte não muito comum para as amazonenses, ela jogava voleibol convencional. Tinha a ambição de ser contratada por um grande clube brasileiro e tentar a seleção. Mas, aos 18 anos, foi picada pelo Aedes Aegypti e teve dengue hemorrágica. O quadro evoluiu para a síndrome de Guillain-Barret, doença que afeta os nervos, enfraquece os músculos e causa paralisia nas pernas ou braços. Laiana teve a perna direita afetada do joelho para baixo. “Meu pé direito é caído, não movimento. Houve atrofia da perna”, detalha.
A atleta então foi forçada a se adaptar às sequelas  e abandonar o voleibol convencional. Passou a se dedicar aos estudos, graduou – se em educação física e cursou pós -graduação em treinamento desportivo, dando aulas em escolas e instituições para crianças, jovens e idosos em esportes adaptados. Foi quando em 2014, durante um curso de aperfeiçoamento para professores de modalidades Paralimpicas, Laiana, que não por acaso havia escolhido o volei sentado, conheceu o presidente da Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes, Amauri Ribeiro, e fez testes práticos e de classificação funcional, sendo aprovada em ambos. “Depois disso recebi um carta oficial de convocação da Confederação e as passagens para integrar a seleção brasileira. Me sinto abençoada e honrada em fazer parte da seleção”.

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