A primeira comunhão na Lua

Por Ronaldo Derzy Amazonas*
“É um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”(Neil Armstrong)
Era o dia 20 de julho do ano de 1969 e, na noite daquele dia, eu então com onze anos de idade, estava assistindo a um jogo de futebol no Estádio da Colina no Bairro de São Raimundo levado que fui pelo meu ex cunhado Messias e minha irmã Rosaly casados na época.
Curiosa e quase fatídicamente estava eu, sem saber então, acometido de tétano, com febre e apresentando espasmos musculares sintomas muito típicos dessa terrível doença mas, mesmo assim, apaixonado por futebol e torcedor nacionalino roxo, topei a parada de ir ao estádio.
Era costume, como aliás ainda o fazem alguns torcedores, assistir ao jogo e ouvir pelo rádio a partida. Foi então que pelas ondas do rádio ficamos sabendo ali, naquele instante, que o homem havia pisado na lua num feito absolutamente espetacular e que muitos adeptos das teorias conspiratórias ainda hoje duvidam dessa proeza da ciência, da tecnologia e da ousadia humanas.
Os três cientistas e astronautas americanos, já falecidos, entraram para a história da corrida espacial internacional travada com os russos, numa disputa que acirrou ainda mais a denominada guerra fria em que ambos países, expoentes mundiais no domínio da tecnologia dos foguetes interplanetários, viviam sob um frenético embate para ver, quem dos dois, avançava mais nesse campo da atuação espacial que pudesse igualmente significar o domínio da corrida armamentista entre outras disputas estratégicas das duas superpotências.
Sem dúvida alguma que a partir daquele feito o domínio americano radicalizou embora, tivesse sido a Russia, o primeiro país a colocar um ser humano, Yuri Gagarin, no espaço e, o primeiro ser vivo, a cadela Layka, em órbita terrestre mais de dez anos antes.
Há uns e outros por aí que enxergam nessa jornada uma busca de respostas para nossa origem e um eterno desafio a Deus; eu apenas entendo como uma luta do homem para a conquista de novos mundos e avanços na tecnologia em diversos campos científicos da saúde, do meio ambiente, da comunicação e dos alimentos, entre outos segmentos em que a humanidade precisa avançar para progredir e se sustentar.
Nessa viagem, a Apollo 11 levava três astronautas: Neil Armstrong o primeiro a pisar no solo lunar, Buzz Aldrin o segundo homem a obter esse feito e, Michael Collins que não desceu da nave mãe e cuja missão, das mais importantes, era continuar orbitando a Lua, controlando as comunicações com a terra e com seus companheiros e aguardar a volta destes para o módulo de serviço para um seguro retorno à terra.
Mas há um episódio pouco divulgado e até raramente conhecido que guarda ares de significativa singularidade e, nos dias atuais foi esquecido, que tem muito a ver com a presença do cristão católico Michael Collins na tripulação desse vôo espacial.
Num dos raros e curtíssimos intervalos de comunicação com o colega que estava em órbita, Aldrin desligou o rádio e abriu uma caixa onde estavam cuidadosamente guardados uma hóstia e vinho consagrados que ele havia trazido consigo (com certeza sob licença eclesiástica) e foi então que esse astronauta pode realizar a primeira comunhão na superfície lunar.
Esse fato não foi todavia filmado e tampouco estimulado pela NASA tendo em vista que a companhia aeroespacial havia enfrentado um processo judicial porque os astronautas da missão Apollo 8 leram trechos do livro do Gênesis na véspera de Natal de 1968, quando, pela primeira vez, uma missão espacial orbitava a Lua. Deus seja louvado e exaltado por esse momento!
Nos últimos cinquenta anos tudo mudou e tudo avançou porém, os acidentes espaciais, frearam um pouco as viagens destacando-se, entretanto, como significativa novidade, a criação e implantação da estação espacial internacional que possibilita aos países parceiros nesse empreendimento a realização de testes, pesquisas e ensaios científicos e tecnológicos permitindo com isso que a humanidade continue nessa corrida para encontrar outros tipos de respostas para suas dúvidas mas, sabedora que é, de que Deus na sua Onipotência e Onisciência, é quem pode e decide o que é melhor para a sua criação.
Algumas curiosidades sobre essa missão lunar: foram recolhidos e trazidos 21,5 kg de amostras do solo; foi instalado um sismógrafo e  um espelho refletor para que, da terra, por meio de raios laser, fosse medida a exata distância entre os dois astros; foram levadas medalhas em homenagem a todos os astronautas que haviam morrido em missão espacial até então; um ramo de oliveira foi deixado lá; 73 mensagens de líderes mundiais sobre a paz ficaram na lua; os astronautas permaneceram em solo lunar pouco mais de duas horas e meia e percorreram algo em torno de 250 metros; a nave Columbia (nave mãe) deu 29 voltas em torno da lua enquanto aguardou o retorno do módulo de serviço com os outros dois astronautas do em solo; o presidente americano Richard Nixon preparou um fúnebre discurso caso a missão fracassasse e causasse a morte dos astronautas, discurso que, obviamente, não foi necessário pronunciar.
Té logo!
*O autor é farmacêutico bioquímico e diretor-presidente da Fundação Hospital Alfredo da Matta