A política como profissão

Por Carlos Santiago*

Nas democracias modernas o cidadão tem o direito de participar diretamente das decisões de governos ou delegar poder, por meio de eleições periódicas, para que outros lhe represente, como deputados, senadores e vereadores tendo como princípio o interesse coletivo.
No entanto, nos estudos sobre os fenômenos no campo da política, o sociólogo alemão Max Weber (1919), identificou um sujeito especializado e esperto, o político profissional. Aquele que usa a política como atividade lucrativa, buscando sempre mordomias e vive envolvido em escândalos, além de tratar o eleitor como mercadoria nas eleições. Não importa a ideologia dos governos, o profissional da política sempre estará presente. Uma figura típica da realidade da política da brasileira!

A recente composição do Congresso Nacional e a atual formação do ministério do Governo Federal são bons exemplos do imenso poder desses profissionais, como os Piccianis, Coelhos, Sarneys, Mendonças, Jucá,os Vianas, os Neves, os Maias, os Barbalhos, Artus e outros membros de famílias que há décadas têm na política o meio para alcançar status, mordomias e preservar tão somente o futuro das parentadas.

Alguns profissionais adoram misturar fé religiosa com política partidária. Outros se mantém no poder pelo controle partidário e também pela curta memória do eleitor. Quando são atingidos por escândalos falam em aposentadorias, mas tão logo chegam as eleições eles abandonam essa ideia, é sempre assim.

Precisamos mudar. A política tem que ser um espaço de cidadãos praticando cidadania e o interesse coletivo. Mantendo-se o quadro atual da política como profissão, a democracia brasileira só irá reproduzir interesses menores.

*o autor é Sociólogo, Cientista Político e Advogado

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