A grande farsa!

Por Dauro Braga*

Iniciada as convenções partidárias para a escolha e posteriormente a homologação das candidaturas, materializa-se a maracutaia que, muitos de “oião” grande, os que não são abestados já anteviam que iria acontecer. Para a salvaguarda dos mesmos canalhas que fazem a política nacional durante várias décadas, a Lei Eleitoral vigente não sofreu qualquer modificação que pudesse ferir seus interesses . Por força de prerrogativa constitucional, só eles podiam fazer a reforma eleitoral que a nação tanto precisa para dotá-la de uma legislação que coibisse os casuísmos e os arrumadinhos que só empanam o
brilho da Democracia. E porque não o fizeram? Porque não interessava a eles fazer qualquer modificação que retirasse de seus comandos a capacidade de manipulação.

Também pudera, como esperar que a escória do povo fosse capaz de gesto tão altruísta abrindo mão de direitos e privilégios para depurar um processo eleitoreiro viciado e espúrio, em benefício da pátria? Nunca! O jogo de cartas marcadas continua, e agora ainda mais revigorado com a criação do fundo partidário, que assegurou para a política uma verba de aproximadamente dois bilhões de reais para custear a farra da falsa Democracia. Falta dinheiro para saúde, educação, segurança etc.etc. falta dinheiro para tudo nesse país, mas dinheiro para política, isso nunca!

Aqueles a quem interessa que a mesmice continue, concederam aos partidos políticos e por consequência a eles próprios, através de instrumentos legais, mas imorais, o poder absoluto para aceitar ou rejeitar nome de candidatos a cargos eletivos ou executivos através de suas convenções partidárias, que nada mais são do que eventos festivos para sacramentar em ato público os acordos espúrios previamente firmados longe dos olhos do eleitor ingênuo ou mal informado.

Esse embrulho que tem a aparência de um pacote contendo um velocípede porque tem ponta para todo lado, foi feito de propósito, pois sendo os partidos em sua maioria absoluta, feudo das velhas raposas da política, que diga-se de passagem, quase todos com seus nomes envolvidos com a Justiça, por questão óbvia, foram dotados de mecanismos estruturais de fácil manejo, para serem acionados ao sabor de seus interesses pessoais e corporativos. Dentro dessa rígida regra de manutenção da espécie “corrumpere obstruite perfugia improborum”, tão abundante em nosso país nos dias de hoje, os partidos reservam o filé do fundo partidário para os seus donos, ficando aqueles que tem interesse em participar do jogo democrático por não se conformarem apenas com o status de pirú em volta da mesa de jogatina, apenas com a carne de terceira e o arrastado.

Com esse jogo de cartas marcadas, a tão esperada renovação dos quadros políticos fica adiada para sine dia, ou para quando Deus resolver intervir nessa situação. Poucas opções restarão ao  eleitor brasileiro que anseia por renovação e depuração da política nacional. Os
indicativos sinalizados pelas pesquisas de opinião, apontam para uma renovação de no máximo 50% nas casas legislativas e a volta ou reeleição da grande maioria dos velhos e conhecidos caciques velhacos na arte da política, trocando em miúdos, isso quer dizer que, tudo continuará como antes no quartel de Abrantes . Nas convenções já realizadas, foi possível vermos a grande movimentação de partidos que só conseguem sobreviver quando
agregados a outros , em busca de um lugar no barco que tem sob o comando um velho marujo matreiro na arte dos acordos.

Aos candidatos de partidos minoritários que trazem consigo uma mensagem moralizadora e renovadora, resta-lhes apenas o direito de espernear. Com a redução do seu tempo de exposição no horário político da TV e do fundo partidário que também é proporcional ao tamanho da sua representação política, tentam inviabilizar sua candidatura.

Assim como em tempos passados alguns escroques manipulavam os resultados dos jogos de futebol para auferirem o grande prêmio da loteria esportiva, corre a boca pequena que, quando dois candidatos da mesma estirpe se sentem ameaçados por um terceiro que representa a linha dura da moralidade administrativa, os dois meliantes se unem para tirarem o intruso da disputa, e no segundo turno, partem e dividem o bolo. arece ficção, mas é uma realidade possível. Nesse país, tudo é possível, já venderam até Leis.

Diante desse quadro tétrico mas real, só resta ao povo brasileiro utilizar como ferramenta capaz de mudar as regras do jogo, a força das redes sociais para defender os candidatos mais frágeis, porém limpos, postando mensagens que sejam suficientemente convincentes ao eleitor indeciso e mal esclarecido, e desmascarando as mentiras fabricadas pelas velhas raposas da política quando essas tentarem denegrir a imagem desses candidatos, principalmente, daqueles que estejam bem situados nas pesquisas de intenção de votos.

Convoco os amigos da Democracia, os soldados valorosos que amam essa pátria como a própria vida, aos homens de bem que ainda existem nesse país, para ficarmos vigilantes em nossas trincheiras virtuais, prontos para disparar nossos petardos na direção dos assaques dirigidos a homens de bem que sejam candidatos.

*O autor é empresário (daurofbraga@hotmail.com)