Hypermarcas e doleiro negam ter passado propina a senadores. Cheiro de armação no ar…

lucio funaro

O grupo Hypermarcas divulgou nota ontem negando que tenha autorizado o executivo Fulano a repassar dinheiro aos senadores Renan Calheiros, Romero Jucá e Eduardo Braga. O doleiro Lucio Bolonha Funaro (foto), que teria sido o portador da propina, também negou o repasse. Desta forma, o delator Nelson Mello ficou falando sozinho. Pior: segundo a empresa, ele usou R$ 28 milhões indevidamente e deve devolver este montante. A história virou uma estória e tudo indica que o ex-funcionário mentiu sobre o assunto para tentar se livrar de um mal feito.

Veja a nota oficial da Hypermarcas:

“HYPERMARCAS S.A.
Companhia Aberta
CNPJ nº. 02.932.074/0001-91
NIRE 35.300.353.251
FATO RELEVANTE
A HYPERMARCAS S.A. (a “Companhia” ou “Hypermarcas”), nos termos dos Art. 157, § 4º, da Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e na Instrução CVM nº. 358, de 3 de janeiro de 2002, tendo em vista a publicação, nesta data, de matéria no jornal O Estado de São Paulo, página A4, vem a público informar o quanto se segue.
O Sr. Nelson Mello é um ex-executivo da Companhia que exerceu a função de Diretor de Relações Institucionais até o início de março de 2016.
Após a saída do ex-executivo, a Companhia contratou assessores externos renomados para conduzirem uma auditoria, já finalizada, que concluiu que o Sr. Mello autorizou, por iniciativa própria, despesas sem as devidas comprovações das prestações de serviços.
A Companhia ressalta que não é alvo de nenhum procedimento investigativo e que não se beneficiou de quaisquer dos atos praticados pelo ex-executivo.
Após o final da auditoria, com o fim de preservar os seus interesses e de seus acionistas, a Companhia celebrou um instrumento irrevogável e irretratável com o Sr. Mello, pelo qual assegurou ressarcimento integral pelos prejuízos sofridos.
A Companhia reprova veementemente quaisquer atos que conflitem com seu Código de Conduta Ética e reitera seu compromisso com os mais elevados padrões de governança corporativa.
São Paulo, 28 de junho de 2016
Hypermarcas S.A.
Breno Toledo Pires de Oliveira
Diretor de Relações com Investidores”

Agora veja o que disse Funaro>

“Desconheço o teor da delação premiada do Sr Nelson Mello, ressalto que ao contrário do que foi divulgado pela imprensa, fui apresentado ao mesmo pelo Sr João Alvez de Queiroz Junior, presidente do conselho de administração do Grupo Hypermarcas. Nunca exerci a atividade de lobista, muito menos distribui dinheiro a políticos. Minhas atividades profissionais se dão dentro da mais ampla legalidade. Tão logo minha defesa conduzida pelo Dr Antônio Claudio Mariz de Oliveira, tenha acesso ao inquérito com os respectivos depoimentos, tomará as providências judiciais cabíveis . Desde já me coloco à disposição das atoridades competentes . Lucio Bolonha Funaro”

Sobre o assunto, o blog voltou a ouvir o senador Eduardo Braga. “Falei ontem que haviam banalizado o instituto da delação premiada. Aí está a prova. Mais uma vez meu nome foi citado por uma pessoa que “ouviu dizer” que eu teria recebido um valor”, disse ele.

Braga paga um preço caro por ser estrela ascendente no PMDB nacional. Sua influência é cada vez maior em Brasília e não falta quem queira enredá-lo em esquemas de corrupção.

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