Situação de Manaus serve de alerta para o mundo, dizem dirigentes da OMS

A situação em Manaus está mobilizando as atenções do mundo e foi o principal destaque da entrevista coletiva promovida hoje pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em Nova Iorque (EUA). A entidade está com um grupo na capital amazonense, trabalhando junto aos governos federal e estadual. O diretor executivo Mike Ryan disse que “não foi apenas questão de recursos, mas de falsa sensação de segurança”, e que a “situação em Manaus é um alerta para o mundo de que o problema não acabou”.

“Há falta de oxigênio em Manaus, mas que isso não é fácil de se transportar de outros Estados”. Ainda assim, reforçou a solidariedade no País para indicar que acredita que haverá deslocamento de recursos para o Amazonas. Ryan alertou que a região como um todo passa por um momento difícil, citando os Estados de Amapá e Rondônia.

“Vários locais passaram por algo parecido com Manaus, como Nova York e o norte da Itália”, segundo Ryan. A diretora-assistente do OMS, Mariangela Simão, afirmou que o que ocorreu na capital amazonense.

Segundo Ryan, assim como na Europa, as “festas de final de ano levaram pessoas a se juntarem como não vinham fazendo” e ajudam a explicar a situação. O diretor vê a situação difícil no Amazonas, com profissionais e sistema de saúde esgotados.

Para o diretor, é muito fácil culpar a nova variante do coronavírus pela situação, “mas temos de assumir nossa responsabilidade”, ao não conter a escalada de casos. Ryan acredita que a mutação possa ter tido algum efeito, mas aponta a falha em conter a transmissão como a grande responsável. A OMS está trabalhando com profissionais no Brasil para o sequenciamento do vírus e lembra que, quanto mais o patógeno circula, maiores as chances de mutações.

Como a imunização não será efetiva em todos, há a perspectiva de que a situação possa vir a piorar antes de melhorar, a despeito das vacinações.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, reforçou a meta de todos os países terem a imunização iniciada dentro dos próximos 100 dias. Por meio da Covax, a expectativa é que a entrega em massa de vacinas comece entre o segundo e o terceiro trimestres.

No momento, Ryan avalia que não há evidência para requerer vacinação para liberar entrada em países, tendo em vista que apenas profissionais de saúde e pessoas de maior risco vêm sendo imunizadas, algo que pode mudar com o avanço das campanhas.

Sobre a missão para identificar as origens do vírus, a OMS afirmou que a equipe já se encontrada em Wuhan, mas comentou que não é possível dar mais detalhes no momento.

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