Vacina contra o HPV para meninos já está disponível na rede municipal de saúde

Pais e responsáveis por meninos de 12 a 13 anos já podem procurar uma das 182 unidades de saúde da Prefeitura de Manaus, com sala de vacina, para proteger os filhos contra o papiloma vírus humano, mais conhecido como HPV. A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) anunciou nesta segunda-feira, 2, que as vacinas estão disponíveis agora tanto para as meninas quanto aos meninos. 

O objetivo da vacinação para os meninos, segundo o secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão Neto, é prevenir os cânceres de pênis e verrugas genitais. “Em 2013, o prefeito Arthur Neto fez com que Manaus fosse a primeira capital do País a vacinar as meninas contra o HPV, com recursos próprios, e o Ministério da Saúde deu início um ano depois a vacina em nível nacional. Agora, com o anúncio do Ministério de oferecer para os meninos também, já temos em estoque as vacinas para iniciar imediatamente a imunização, que é importante nesta faixa-etária dos pré-adolescentes, porque protege contra vários tipos de câncer, como os de boca, orofaringe, bem como verrugas genitais em ambos os sexos”, salientou Homero. 

Os homens, por serem os responsáveis pela transmissão do vírus para suas parceiras, ao receberem a vacina antes de iniciarem a vida sexual ou no início, colaborarão com a redução da incidência do câncer de colo de útero e vulva nas mulheres, explica a diretora do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica, Marinélia Ferreira. 

A vacinação do HPV foi introduzida de forma gradual, tendo, em 2013 e 2014, como população alvo as meninas de 11 a 13 anos de idade. Em 2015, foram incluídas as meninas de 9 a 11 anos de idade e a partir de 2016, a vacina está disponível para as meninas de 09 a 13 anos de idade. 

Tipos 

O HPV é um vírus que apresenta mais de 120 genótipos diferentes, sendo 12 deles considerados oncogênicos (que levam ao desenvolvimento do câncer) pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC). 

Os tipos de HPV de alto risco oncogênicos são detectados em 99% dos cânceres cervicais, sendo os mais comuns os HPVs 16 e 18, que juntos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero. Contudo, o HPV 16 sozinho é a causa de aproximadamente 50% dos casos de câncer do colo do útero em todo o mundo. Sendo que o HPV 6 e 11 estão associados a até 90% das verrugas anogenitais. No Brasil, o perfil de prevalência de HPV é semelhante ao global, sendo 53,2% para HPV 16 e 15,8% para HPV 18. 

Além do câncer do colo do útero, acredita-se que o vírus do HPV associado a outros fatores é responsável por 90% dos casos de câncer anal, 40% de câncer de vulva, de vagina e de pênis, e menor ou igual a 12% nos casos de câncer de orofaringe. 

Transmissão

HPV é transmitido por contato direto com uma pessoa infectada, sendo que a principal forma de transmissão é por via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Estudos realizados em infecções pelo HPV recém-adquiridas mostram que as mesmas ocorreram logo após o início da vida sexual, sendo que 10,4% das infecções é pelo HPV tipo 16, um dos mais oncogênicos. 

A vacina papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) – vacina HPV quadrivalente foi introduzida no Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde como uma estratégia de saúde pública, com o objetivo de reforçar as atuais ações de prevenção do câncer do colo do útero. A vacinação, conjuntamente com as atuais ações para o rastreamento do câncer do colo do útero, possibilitará prevenir a doença nas próximas décadas.

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