Trajetória de Marcos Rotta explica por que ele decidiu trocar o PMDB pelo PSDB. Filiação ocorre hoje

O PSDB preparou festa para receber em suas fileiras o vice-prefeito Marcos Rotta, logo mais à noite no Ducilla´s Buffet, na Ponta Negra. Não é uma adesão qualquer. Trata-se de um político que construiu uma trajetória sólida e bem sucedida ao longo dos últimos 20 anos e projeta uma curva ascendente por pelo menos mais uma ou duas décadas. Sua decisão pela mudança obedeceu mais à lógica dos próximos passos que pretende dar. Não representa necessariamente um incômodo grande na convivência com os companheiros e as lideranças do partido ao qual foi filiado até hoje.

Marcos Sérgio Rotta nasceu em Cianorte, no Paraná, em 11 de março de 1967. Acabou, portanto, de completar 50 anos de idade. É jornalista, publicitário, radialista apresentador de TVgraduado em marketing e varejo pelo Centro Universitário Nilton Lins, com especialização em Direito do Consumidor.

Na década de 80 ele teve sua primeira experiência como apresentador de telejornal na TV Timon, em São Luís do Maranhão. Também naquela cidade foi locutor da rádio Mirante FM.

Em 1992 um amigo que o viu apresentando o telejornal indicou sua contratação para apresentar o programa eleitoral do então candidato a prefeito de Manaus, Amazonino Mendes – que acabaria vitorioso naquele ano. Foi a sua primeira experiência em Manaus, cidade onde decidiu fixar residência desde então.

Dois anos depois, assumiu a chefia de gabinete da Secretaria de Comunicação do Estado do Amazonas em 1995, quando o mesmo Amazonino foi eleito governador pela segunda vez.

Um ano depois, Rotta deu o passo decisivo para ingressar na carreira política. Convidado pelo então deputado Omar Aziz, passou a apresentar junto com este o programa diário “Exija Seus Direitos”, na TV A Crítica. Foi um sucesso de audiência.

Catapultado pela atração televisiva, elegeu-se deputado estadual pela primeira vez em 1998, com 12.552 votos, pelo PDC, partido que era comandado por Amazonino, reeleito governador naquele mesmo ano. Foi reeleito pela mesma legenda em 2002, recebendo 32.741 votos.

Rotta não pode ser considerado um “infiel contumaz”. Em vinte anos, só trocou de partido duas vezes. A primeira mudança ocorreu em 2005, quando filiou-se ao PMDB, a convite do então governador Eduardo Braga. Na legenda, reelegeu-se em 2006, na única ocasião em que sua votação não foi ascendente. Obteve 32.178 votos, 563 a menos que quatro anos antes.  Desde então não parou mais de crescer politicamente. Conquistou seu quarto mandato em 2010, com 47.090 votos, e elegeu-se deputado federal em 2014, com 117.955 votos, o terceiro mais votado do pleito.

Neste período todo, jamais deixou de ter boa relação com aquele que é considerado seu “padrinho político”, o atual senador Omar Aziz. Embora jamais tenha ingressado nos partidos que este dirigiu, como o PMN e o PSD, manteve os laços de amizade que sempre os envolveram e o diálogo político. Com Eduardo Braga, seu líder partidário desde 2005, manteve também ótima convivência, a ponto de continuar a seu lado em 2014, quando ele e Omar romperam.

Rotta queria disputar a Prefeitura de Manaus em 2016, mas não chegou a dificultar a aliança com Arthur Neto. É que ele cultivava uma relação com o prefeito e especialmente com o filho deste, o deputado Arthur Bisneto, de quem foi colega tanto na Assembleia Legislativa quanto na Câmara dos Deputados, em Brasília.

A permanência no PMDB, neste momento, poderia inviabilizar o próximo passo de Marcos Rotta. Ele naturalmente quer disputar a eleição para prefeito de Manaus em 2020. Já vinha se preparando para isso. Optou pela terceira mudança de partido pensando no assunto e também com uma certa desconfiança de que Arthur pode não cumprir a promessa de se aposentar ao final deste mandato e disputar a eleição de 2018, para o Governo ou para o Senado. Neste caso, seria prefeito já em abril do ano que vem. Para que o parceiro confie nele a ponto de optar por qualquer alternativa, o vice-prefeito decidiu se tornar seu liderado.

Rotta é organizado, disciplinado e focado. Sabe muito bem o que quer. Sabe também que está desagradando o PMDB e seu líder Eduardo Braga. Mas tomou uma decisão pragmática. O futuro próximo dirá se errou ou acertou.

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Este post tem um comentário

  1. jose pontes de brito

    ola boa tarde

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