Servidor da Prodam vira case nacional ao dar resultados trabalhando em casa, depois de dois AVCs

O analista de Tecnologia da Informação, Glauco Kramer, que passou, excepcionalmente, a desenvolver suas atividades em casa, foi destaque recentemente no Congresso Brasileiro de Perícia Médica e Previdenciária, sendo premiado na categoria de Reabilitação Profissional. Há três meses vivenciando a experiência de reintegração ao trabalho, Glauco revela que essa nova realidade tem permitido que ele possa se sentir útil e motivado. “Provei para mim mesmo que sou capaz de fazer as mesmas coisas que antes, mas de um modo diferente”, disse.

Aos 27 anos, enquanto jogava futebol na rua, Glauco sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Foi um AVC Hemorrágico de Tronco Decorrente de uma Malformação Arteriovenosa (MAV) de nascença. “Na época, ninguém, muito menos eu, suspeitava que tinha sido algo tão grave assim, depois descobri que era como se fosse uma bomba-relógio, poderia explodir desde o momento que eu nasci ou não, e eu nunca saberia que tinha esse problema”, relata o analista de TI.

Quando entrou na Prodam, em junho de 2012, o colaborador tinha acabado de receber o diagnóstico de que estava curado da MAV e não corria o risco de ter outro AVC, entretanto, em novembro de 2014, Glauco voltou a ter o problema e descobriu que ainda tinha a MAV. “Em fevereiro de 2015, fui submetido a uma neurocirurgia e esperava estar de volta em, no máximo, três semanas, que acabaram virando três meses. Fiquei curado, mas tive complicações após a cirurgia e algumas sequelas. Nessas horas, a família é tudo”, explica.

Quadro atual – Atualmente Glauco possui dupla hemiparesia espástica, quadro similar à tetraplegia. Além disso, tem dificuldade na fala e na deglutição e, ainda, paralisia facial do lado esquerdo, tudo decorrente das sequelas da neurocirurgia. Ele é atendido por profissionais de diversas áreas, como fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista, entre outros, para que possa ter qualidade de vida no seu dia a dia.

Devido a sua condição atual, Glauco necessita de um cuidador para auxílio em todas as atividades da vida diária, como se deslocar, higiene, alimentação, ou até mesmo coisas simples como coçar o nariz. “Não é como antes, quando trabalhava na empresa, que até conseguia me deslocar pelos corredores, mas sempre apareciam vários colegas oferecendo ajuda. Eles me davam “carona”, empurrando minha cadeira de rodas. Inclusive estou devendo carona para muita gente!”, brinca.

Rotina – Trabalhando das 12h às 18h, desde abril, Glauco conta com uma rotina bem definida. Os horários do analista são cronometrados para que ele consiga realizar tudo o que precisa. Ele inicia à tarde trabalhando em uma poltrona onde utiliza um software free chamado “HeadMouse”, que permite que utilize o computador através de movimentos com a cabeça e da boca. Dessa forma, consegue ficar totalmente independente no mundo virtual.

Em outro momento, trabalha sentado na cadeira de rodas, o que exige mais controle de tronco, posição que tem lhe ajudado a ganhar condicionamento físico. Conectado na rede da Prodam via VPN (Rede Privada Virtual), Glauco tem acesso a tudo que precisa para realizar o seu trabalho, como o sistema onde atende aos chamados enviados para o setor ao qual faz parte, a Divisão de Banco Dados.

Suporte – Glauco atua fornecendo suporte aos desenvolvedores e realizando migração de dados entre os ambientes de desenvolvimento, homologação, produção, backup e recuperação de dados, monitoramento de desempenho dos bancos, dentre outras tarefas inerentes à administração de banco de dados.

“Em meados de outubro do ano passado, eu estava cansado de só fazer exercícios como um ‘ratinho de laboratório’. Foi quando expressei minha vontade de voltar a trabalhar. Durante esse tempo, sonhei e a Prodam sonhou junto comigo. Hoje é uma realidade, eu estou de volta”, comemora o profissional.

Segundo o médico perito do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Evandro Miola, que apresentou em Brasília (DF), o case do analista de TI da Prodam no VI Congresso Brasileiro de Perícia Médica Previdenciária, é surpreendente. “É raro recebermos o pedido de revisão de alguém que, já recebe o benefício, querendo voltar a trabalhar, principalmente em virtude das limitações motoras de Glauco. Geralmente o próprio segurado deseja logo obter a aposentadoria e encerrar as atividades profissionais”, comenta.

Miola acredita que a participação da Prodam em viabilizar que Glauco retornasse às atividades proporciona uma oportunidade para que ele conquiste a realização profissional e possa participar da sociedade como trabalhador e cidadão. “Sem dúvida, ele é uma inspiração para muitas pessoas”, disse o médico.

 

Qual Sua Opinião? Comente:

Deixe uma resposta