Secretaria que deveria cuidar dos direitos dos cidadãos está a serviço de grupo político

Veja as imagens nesta postagem. Elas mostram quem na verdade está mandando na Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Estado. O secretário de direito é o baiano Clizares Santana, ex-gerente do Instituto Nacional de Seguridade Social no Estado. Mas quem exerce na verdade o poder no órgão é o deputado federal Silas Câmara, que o indicou para os dois cargos e recentemente foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal por falsidade ideológica.

O blog teve acesso a um processo que corre em sigilo de Justiça, no qual Santana é réu. Para não quebrar o segredo judicial, não publicaremos o conteúdo, mas a situação vai de encontro aos direitos que a Sejusc sempre primou por defender. É um caso típico da raposa tomando conta do galinheiro, que o governador Amazonino Mendes deveria apurar com lupa, para não ser surpreendido em breve.

Mas, processos à parte, o grupo se prepara para as eleições de 2018 montando uma ampla estratégia de captação de votos. O órgão que deveria estar defendendo as minorias, incentivando ações de cidadania e trabalhando na conscientização da sociedade está sendo usado descaradamente para preparar a reeleição de Câmara e tentar reeleger alguns deputados estaduais.

Quando ainda estava no INSS, Santana montou uma estratégia que permitiu um incremento na concessão de aposentadorias, sempre com Câmara ao lado. Agora, na Sejusc, prepara a estrutura para atuar no ano eleitorial, sempre sob a orientação do padrinho.

Câmara comanda com mão de ferro o grupo político da centenária Igreja Evangélica Assembleia de Deus, mas não tem a unanimidade dos membros da instituição, justamente por causa de seu passado nada ilibado. Por isso, lança mão sempre da manipulação de órgãos públicos para atingir a quantidade de votos necessária para continuar na Câmara Federal. Foi assim com a Amazonastur por 13 anos, bem como na Ouvidoria do Estado por pelo menos quatro anos.

Em 2014, o deputado controlou o seguro defeso, benefício pago a pescadores nos períodos de defeso- aqueles em que os peixes estão se reproduzindo e a pesca é proibida. Com as novas regras impostas pelo Governo Federal, ele deixou de ter o controle deste benefício no Amazonas. Agora, busca outras alternativas.

Desta vez o alvo é a Sejusc. Câmara instalou ali um grupo vindo da Bahia, comandado por Santana. Na semana passada, os dois ensaiaram um pedido de demissão para forçar o governador Amazonino Mendes a permitir que eles demitissem comissionados que estavam na Secretaria desde a gestão passada e nomear seus aliados. A manobra deu certo. No total, 47 servidores foram exonerados e um número igual foi nomeado. Entre eles parentes e amigos do secretários, baianos como ele.

Ocorre que os novos contratados não têm formação na área. Por isso a Sejusc vem cometendo gafes como a realização de um almoço de luxo para blogueiras de moda, com o intuito de promover a campanha “16 Dias de Ativismo”, que pretendia combater a violência contra as mulheres.

Câmara instalou ainda na Sejusc sua fiel escudeira, a ex-diretora da Ouvidoria do Estado, Zanele Teixeira. Ele assumiu a Secretaria Executiva de Finanças. Junto com Santana, tem a missão de montar o esquema que vai funcionar no ano eleitoral, reunindo os barcos de assistência (PAI), o INSS e a Fundação Nacional de Saúde.

A situação já foi informada ao secretário-chefe da Casa Civil, Sidney Leite, por ofício encaminhado por servidores técnicos inconformados com a utilização da estrutura da Sejusc com fins eleitorais. Os inconformados já sofreram ameaças veladas. Alguns já decidiram pedir afastamento ou exoneração, para não participar do esquema.

Veja o “pedido de demissão” de Santana e mais imagens que mostram quem manda:

 

 

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Este post tem um comentário

  1. João Bosco

    O que esses dois políticos fazem é simplesmente coagir funcionários públicos ameaçando-os de exoneração para comandar esquemas a favor de seus interesses políticos no Amazonas. Onde está a PF?

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