Saúde em pé de guerra com Melo

Por Ronaldo Amazonas*

Precisamente no dia 16 de dezembro do ano passado foi protocolizado na SUSAM um documento assinado por diversos sindicatos e associações de servidores das fundações de saúde contendo uma pauta de reivindicações. Entre as cobranças dessas entidades constam o pagamento dos reajustes desde 2015, o retorno do do vale alimentação e as promoções e outros benefícios previstos no plano da cargos e salários objeto de lei sancionada pelo governo em 2010.

O ex secretário da SUSAM, Pedro Elias, fez ouvidos de mercador para com as reivindicações e sequer recebeu as entidades signatárias numa medida antipática e de menosprezo para com os servidores de carreira da área cuja importância para a sociedade ninguém precisa demonstrar ou lembrar.

Insatisfeitas com esse desprezo a que foram submetidas pela secretaria da saúde, essas entidades resolveram programar para o dia 15 de março próximo uma grande manifestação de repúdio  ao governo do professor que só tem tido olhos para os servidores da área da educação e da segurança.

Após a troca de secretários, finalmente o governo deu sinais de disposição para o diálogo e acolheu um pedido para receber em audiência as entidades signatárias do documento contendo a pauta de reivindicações porém, numa atitude novamente antipática e na tentativa de fragmentar o movimento pela manifestação/paralização programadas, o governador melo escolheu a dedo quais entidades ele receberia em seu gabinete e, pior ainda, mal assessorado pela nova secretaria e por um guru de feitiçaria, resolveu como num passe de mágica reavivar um conselho denominado Mesa de Negociação do SUS, organismo que não se reúne há mais de quatro anos por falta de quorum e composto por sindicatos e outras entidades algumas das quais alheias aos verdadeiros interesses dos servidores da saúde em suas necessidades mais prementes e básicas e, somente permitiu que adentrassem na reunião os membros dessa mal afamada Mesa, deixando de fora dirigentes sindicais e presidentes de associações de servidores das fundações de saúde e alguns profissionais e técnicos  interessados em ajudar na discussão.

Conhecendo como conheço de como o professor trata e age com os servidores da saúde da qual faço parte com muito orgulho, estranhei mesmo foi a atitude dos membros da Mesa em não exigirem a participação dos demais representantes classistas para a salutar ampliação do diálogo com o governo, porém, o pior de tudo foi terem capitulado diante do pedido do governador pelo adiamento da manifestação do dia 15/03 e da promessa de que em abril ele chamaria para uma nova conversa(fiada é claro!).

Que lideranças sindicais são essas que sucumbem ao canto da sereia do melo sem antes trazerem a proposta do governo para uma ampla discussão e aprovação nas bases?
Quais interesses escusos permearam essa negociação que tem como pano de fundo fragilizar e fragmentar o movimento pela manifestação/paralização?

Ante essa avalanche de lambanças e pernadas as entidades signatárias das reivindicações e muitos servidores com liderança na categoria resolveram de forma soberana e na defesa dos interesses comuns, convocar uma reunião nesta próxima quinta feira onde, de maneira madura e responsável, analisarão o atual quadro e haverão de adotar medidas que alcancem os verdadeiros interesse dos servidores da saúde.

Que lideranças e entidades encontrem o caminho mais apropriado para fazer valer as reivindicações da categoria sem capitulações e sem conchavos.

Té logo!

*O autor é farmacêutico e empresário

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