Questão de armas

Por Daniel Melo*
Está em discussão fervente a questão da liberação do porte de armas para os cidadãos brasileiros. Os defensores dizem que o bandido já anda armado e os contrários dizem que isto vai gerar ainda mais violência. Ideologias políticas à parte, vamos a uma análise de tão conturbado assunto.

Nos países em que o porte de armas é liberado, não há diminuição de criminalidade. Mesmo nos Estados Unidos, nos Estados onde o índice de violência é baixo, isto se deve a políticas de tolerância zero com o crime, como se deu, em Nova York. Hoje, já se discute até entre os republicanos o controle na vendas de armas. É bom lembrar que a lei permitindo o uso pleno de armas pelos americanos, é de 1791, quando a nação vivia uma outra realidade.
Aqui, nossa realidade nos faz pensar que não devemos armar os cidadãos, mas desarmar os bandidos. Armas nas mãos de pessoas despreparadas, só servirão para aumentar taxas de homicídios banais, como brigas em bares e no trânsito.
O que devemos ter é uma polícia treinada, bem armada, inteligente e não corrupta. É muito fácil jogar a questão da segurança na mão do cidadão, dizendo: “Se você tiver uma arma, você tem como se defender e o bandido não vai te atacar”. É uma falácia que só vai ainda mais enriquecer a indústria de armamentos.
Violência se combate com políticas de rigor ao tráfico nas fronteiras. Violência se combate com políticas de repressão ao crime organizado. Violência se combate com políticas sociais públicas que afastem os jovens do crime. Eu nasci e vivo em periferia e vejo adolescentes sendo capturados por criminosos, que são presos e logo soltos por terem bons advogados. Enquanto isso os seus soldados do crime morrem precocemente. Violência também se combate com uma justiça que faça justiça aplicando a lei de forma  correta, não esperando que o cidadão faça justiça própria!
*O autor é pedagogo e pastor da Igreja de Deus Pentecostal do Brasil