O Brasil que eu quero

Por Dauro Braga*

A esquerda radical brasileira prestou um grande desserviço a nação quando semeou e regou a planta da discórdia em solo pátrio . Como toda erva daninha que se preza, essa também se enraizou e se alastrou rapidamente sobre uma boa parte desse solo que antes era ocupada pela abundante relva da harmonia e pelas frondosas e floridas árvores da esperança e da fraternidade. Esse arvoredo de sentimentos fraternais existente em profusão de cores e perfumes nos jardins da pátria, deixava emanar de si o pólen do amor e da concórdia que se multiplicava a cada dia no seio do povo brasileiro.

Pois bem amigos, a medida em que foi se alastrando a erva daninha da discórdia, ela foi tomando de assalto os espaços antes ocupado pelo benfazejo arvoredo, fazendo-o definhar e deixar de produzir em abundância as flores perfumadas do amor, da paz e da fraternidade que existia entre nós, tirando do povo o prazer de colher sem restrição, braçadas de amor, ramalhetes de esperança e buquês de fraternidade. Era essa prodigalidade de sentimentos nobres que enchia o cesto de nossos corações, o elemento determinante que nos fazia ser um povo alegre, feliz e diferente dos demais.

Ainda bem que essa ação criminosa perpetrada pelos vermelhos, não conseguiu atingir todos os valores existentes. Pela graça de Deus, ainda somos um povo que mesmo vivendo num país de dimensões continentais e a nossa população sendo constituída de pessoas das mais variadas etnias, falamos o mesmo idioma e mantemos o sentimento da unidade territorial. Aqui, ainda conseguem viver em harmonia povos das mais variadas partes do mundo, quando em seus países de origem vivem em constante estado de guerra praticando um verdadeiro holocausto fraticida, fruto de um ódio milenar que alimenta a chama da discórdia e da divergência entre eles, permitindo assim, que se matem até por questões religiosas, e o que é pior, com a plena convicção de que o fazem em nome de Deus.

Somos talvez um dos poucos países do mundo que recebe o imigrante de braços abertos sem lhes impor qualquer restrição de vida, e ainda lhe concede todos os direitos da cidadania brasileira. A polaridade que foi criada pela esquerda radical é a principal responsável por manter acesa a fogueira do ódio entre as pessoas, pois em tudo eles vêm o antagonismo. Sinto saudades dos tempos em que o homem via em seu semelhante um outro irmão capaz de lhe amparar nos momentos mais difíceis, e não um desafeto pronto para lhe atacar. Lamentavelmente, vicejou o ódio semeado por esses parasitas, e é por isso que hoje vemos o empregado contra o patrão, o pobre contra o rico, o branco contra o negro, e associado a toda essa semeadura de discórdias, ainda vemos a difusão maciça do
homossexualismo, fazendo crescer o fosso que separa cada vez mais o homem da mulher, e vice versa. A continuar essa relação anômala e esdruxula, a espécie humana estará fadada a desaparecer, pois ela extermina o princípio natural da reprodução que consiste na relação homem/mulher.

No meu tempo, na maioria das vezes o empregado só tinha um emprego, porque ele se apegava de tal forma ao empregador e sua família, que tempos depois já eram compadres. As relações de amizade se tornavam tão fortes que eles passavam à ser considerados pessoas da família. Conheci um número incontável de pessoas que trabalharam com meu pai durante longos anos, permanecendo ali até o final de suas vidas, e o que é mais admirável, seus filhos e netos continuaram sua jornada laboral no mesmo emprego. Ainda não existia o 13 salário, o FGTS e outros benefícios trabalhistas que apesar de assegurarem
mais direitos ao trabalhador, em alguns casos, tem sido motivo de querelas judiciais suspeitas e injustas, que só servem para aumentar o fosso que separa patrão do empregado e alimentar o ódio que passou a existir entre eles. Em substituição a tudo isso, existiam os laços de amor e confiança que uniam patrão e empregado, fazendo com que, em vez de caminharem separados e entrarem por portas diferentes como hoje fazem aos se dirigirem aos suntuosos palacetes da justiça do trabalho, onde normalmente terminam as conturbadas relações trabalhistas em que o patrão nunca tem razão, em outros tempos, caminhavam de mãos dadas para as igrejas, onde iam participar de algum evento religioso que iria consolidar e abençoar os laços fraternais já existentes entre ambos.

Esse Brasil de ontem que tanto me traz saudades, é o Brasil que eu quero.

*O autor é empresário (daurofbraga@hotmail.com)