Nosso planeta já dá sinais de exaustão. Será o começo do fim?

Por Robson Roberto*

O aquecimento global refere-se ao aumento das temperaturas médias do planeta, o que poderá ocasionar graves problemas sociais e ambientais.

Aquecimento Global representa o aumento acelerado das temperaturas médias do planeta. Tal elevação, segundo a maior parte da comunidade científica, vem ocorrendo acima dos padrões tidos como “aceitáveis”, com uma mudança de temperatura média na superfície terrestre de 0,4 a 0,8ºC ao longo dos últimos 100 anos, o que é considerado algo elevado segundo o IPCC (Painel Intergovernamental de Mudança Climáticas, da ONU).

Ainda de acordo com o IPCC, o aquecimento global, apesar de ser considerado um evento natural, vem sendo intensificado pelas atividades humanas. Segundo o órgão, apenas 10% do fenômeno possui causas naturais, enquanto o restante seria resultado das emissões de poluentes e desgastes dos recursos naturais, como as florestas.

As principais causas do aquecimento global, nessa perspectiva, seriam a emissão dos chamados “gases-estufa”, com destaque para o CO2 (Dióxido de Carbono), CH4 (Gás Metano), N2O (Óxido Nitroso), CFCs (Clorofluorcarbonetos), Hidrofluorcarbonetos (HFCs) e SF6 (Hexafluoreto de Enxofre). Além disso, teria responsabilidade nessa questão a intensificação do desmatamento, considerando que as florestas possuem a função ambiental de amenizar as temperaturas.

Os gases do efeito estufa, emitidos pelas chaminés, intensificam o aquecimento global
Os gases do efeito estufa, emitidos pelas chaminés, intensificam o aquecimento global

Basicamente, o efeito estufa é o fenômeno responsável pela conservação de calor na atmosfera terrestre, possibilitando a manutenção da vida em condições ideais. Em resumo, parte dos raios solares que atingem a Terra é refletida pela camada de ozônio, enquanto a outra parte penetra e alcança a superfície, sendo refletida por esta. Parte desses raios refletidos retorna para a superfície através da atmosfera, dando continuidade ao ciclo.

O problema do efeito estufa seria a sua intensificação. Os gases acima citados exercem a função de aumentar a capacidade de manutenção do calor na Terra, no sentido de enfraquecer a Camada de Ozônio e aumentar a receptividade dos raios solares.

Para a ONU, que se embasa nos dados do IPCC, o próximo século poderá registrar elevações térmicas médias ainda maiores que as atuais, com alterações de até 1,5ºC nas temperaturas, o que poderia provocar incontáveis catástrofes ambientais. Para a organização, a necessidade principal é a de reduzir a emissão dos gases-estufa em até 90%, além de frear totalmente o processo de desmatamento em todo o planeta, com a intensificação de políticas de reflorestamento.

Os efeitos do Aquecimento Global

Ainda não são muito claras as consequências do Aquecimento Global. No entanto, há muitos indícios de que cidades litorâneas possam ficar embaixo d’água com a elevação do nível dos oceanos, provocada pelo derretimento das geleiras nas calotas polares. Ilhas vulcânicas serão, nesse cenário, riscadas do mapa.

Outro efeito do aquecimento global seria as variações climáticas, com o aumento da seca e o esgotamento de recursos hídricos. Existem regiões no mundo, a exemplo do Oriente Médio, em que a água é um recurso escasso e valioso. No futuro, até mesmo países como o Brasil, que possui abundantes bacias hidrográficas, poderão sentir a escassez desse recurso, uma vez que a sua distribuição é irregular ao longo do território. Os desertos, em diversas partes do mundo, seriam cada vez mais comuns, diminuindo as áreas agricultáveis e a oferta de alimentos.

As contestações ao Aquecimento Global

Apesar de a maior parte dos cientistas acreditar na existência do aquecimento global, existem aqueles que negam que ele realmente esteja acontecendo. Alguns chegam a apontar que o planeta, na verdade, estaria caminhando lentamente para uma era glacial e que as temperaturas, na verdade, apresentariam diminuições nos próximos anos.

Os críticos do aquecimento global frequentemente acusam o IPCC de fazer jogo político com a manipulação de dados científicos. Os autores postulam que essa entidade possui mais um caráter político do que acadêmico, realizando suas observações para atender a ministérios governamentais e grandes empresas privadas.

Além disso, os argumentos questionam a participação dos gases-estufa no aumento das temperaturas da Terra, considerando essa tese como uma perspectiva reducionista. Nesse ínterim, quem realmente regularia as temperaturas da Terra seria o Sol e, depois, os oceanos, que compõem ¾ da superfície. Assim, eventos como o ciclo solar e a Oscilação Decadal do Pacífico, além de eventos microclimáticos localizados, explicariam eventuais aumentos de temperatura.

*O autor é empresário, urbanista, consultor e contabilista