Nomeação de Délcio não tem qualquer relação com possível aliança entre Braga e Mendes

Só quem não conhece minimamente os bastidores do Judiciário amazonense pode dizer que pesou na nomeação de Délcio Luís dos Santos como desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas tem o dedo do senador Eduardo Braga (MDB). De fato o novo magistrado advogou para o político na Justiça Eleitoral durante mais de uma década, mas há algum tempo está afastado dele. Pesou mesmo na decisão o bom relacionamento dele com o governador Amazonino Mendes e principalmente com a maioria dos membros do Pleno.

Santos trabalha essa nomeação há muito tempo, com a ajuda do atual presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Flávio Pascarelli, de quem é amigo pessoal. Ele esteve com quase todos os desembargadores nos últimos dias, pedindo apoio para a inclusão de seu nome na lista tríplice.

O novo desembargador é conhecido como um bom articulador. Nunca foi rejeitado por setores do Judiciário amazonense. Pelo contrário, sempre circulou com desenvoltura entre juízes e desembargadores. Apesar de ser especializado em Direito Eleitoral e de ter exercido a função de jurista no Tribunal Regional Eleitoral, ele também fazia incursões em outros setores.

A capacidade de articulação ficou clara já na eleição direta para a lista sêxtupla, quando fez uma campanha que não apareceu muito para o público, mas se mostrou muito eficiente nos bastidores, tanto que acabou sendo o mais votado.

Ao contrário da oposição na OAB-AM, que fez uma campanha casada para seis advogados, Santos optou por uma campanha solitária, com apoio discreto do atual presidente da Ordem, Marco Aurélio Choy. Também foi o mais votado, de longe, entre os desembargadores – teve 22 votos, contra 10 de cada um dos outros que integrou a lista tríplice.

A chegada de Santos ao Pleno, portanto, é absolutamente legítima e está longe de ser debitada a fatores estritamente políticos.

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