Manaus também se manifestou no Dia Mundial da Água

O Dia Mundial da Água celebrado nesta quinta-feira, 22/3, foi marcado por uma manifesto popular em favor da recuperação dos igarapés urbanos, no bairro Cidade de Deus, zona Leste. A atividade de sensibilização foi realizada nas ruas próximas ao Parque Municipal das Nascentes do Mindu, por alunos e professores de escolas do entorno, que ao final realizaram um abraço simbólico às nascentes do igarapé do Mindu, abrigadas na unidade de conservação. O parque é gerido pela Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas).

Portando faixas e cartazes, alunos e professores das escolas municipais Raul Veiga e Álvaro Botelho defenderam um envolvimento maior da sociedade para com a questão da qualidade da água dos igarapés da cidade.

A atividade fez parte da programação da Semana da Arvore e da Água, em comemoração pelo Dia da Arvore na Amazônia, 21, e Dia Mundial da Água. O diretor de Áreas Protegidas da Semmas, Márcio Bentes, destacou que a data simbólica deve ser utilizada para uma reflexão sobre a importância do recurso hídrico. “O desafio é sensibilizar a população sobre a importância da água para a vida no dia a dia e fazê-los nos ajudar a manter tal recurso”, afirmou.

A caminhada pelas ruas do bairro foi organizada pelo Projeto Adolescentes Cuidando das Nascentes, criado por iniciativa dos estudantes de Geografia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), como forma de estimular a comunidade a ter um olhar direcionado para o recurso hídrico.

“Mais do que ter um olhar direcionado para o recurso hídrico esta ação visa também levar a uma reflexão sobre a sobrevivência do homem, da fauna aquática e da biodiversidade da floresta. Comemorar o Dia da Água é comemorar a vida”, explicou a professora Selma Batista, coordenadora do curso e idealizadora do projeto.

Segundo ela, a presença das nascentes no contexto urbano tem importância para o futuro. “As nascentes nos dão uma visão de futuro, de que teremos a possibilidade de recuperar a área, as duas nascentes já impactadas e a extensão do igarapé”. Para Selma, é importante que as pessoas também se sintam pertencentes ao parque e possam continuar ampliando a rede de colaboradores e defensores dos igarapés.

O próximo projeto a ser desenvolvido em parceria com a Semmas será o de compostagem e hortas orgânicas, envolvendo as mães da comunidade do entorno do parque. As donas de casa estão sendo convocadas para uma reunião nesta sexta-feira, 23, para a iniciarem as discussões acerca do projeto.

Outro aspecto importante para o processo de recuperação dos igarapés é o do saneamento. “Os igarapés não devem receber saneamento in natura e sim tratado. Pequena parte da cidade é atendida pelo sistema de esgotamento sanitário, não tem como se pensar em recuperação dos igarapés sem a ampliação da rede coletora de esgoto”, afirmou a professora.

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