Jovens e velhas práticas

Por Carlos Santiago*

A Constituição Brasileira obriga que qualquer cidadão que queira disputar uma eleição esteja filiado a um partido político.

O desafio está na renovação de lideranças e de mudanças nas estruturas partidárias, uma vez que a maioria dos partidos existentes, com raras exceções de partidos que criaram cotas para jovens nas suas direções, é dominada há anos por políticos profissionais, famílias ou pequenos grupos de pessoas, com atuações similares, independentes dos partidos serem grandes ou pequenos, ou de pertencerem à Esquerda ou à Direita.

Os jovens, na maioria das vezes, que são “recrutados” pelos partidos e que não sejam filhos (as) ou mulher dos donos das agremiações partidárias, cumprem somente a tarefa de panfletar, de carregar bandeiras, de gritar palavras de ordem, o que não muda em nada a estrutura partidária do Brasil, pois o que vale é a filiação de jovens alienados, cujo papel é  manter as velhas práticas dos caciques.

Na política do Amazonas, existem exemplos dos “fulanos” filhos, dos netos do “sicrano”, chegando até os bisnetos. Nem por isso a política tem uma renovação de práticas administrativas, de ética; há tão somente uma troca de posto de pai para filho. Isso tem tornado a política uma profissão familiar e a reprodução do Poder pelos mesmos, sem qualquer compromisso com o bem comum.

Por isso, faz-se necessária uma reforma partidária, uma democratização dos partidos e abertura para o ingresso de novas lideranças que atue com ética, pelo interesse coletivo. Com isso, talvez aconteçam filiações de jovens com espírito para romper e mudar as velhas práticas.

 *O autor é sociólogo, Cientista Político, Advogado e habilitado em Marketing e Propaganda.

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