Governo muda de novo os números no balanço de 100 dias

Ao fazer um balanço dos 100 primeiros dias do governo tampão para o qual foi eleito na eleição suplementar do ano passado, o governador Amazonino Mendes (PDT) mudou de novo os números da realidade financeira do Governo. Menos de uma semana depois de anunciar que havia fechado 2017 com um superávit de R$ 500 milhões, ele disse hoje que, na verdade, o número exato é o de R$ 273 milhões, resultado, segundo o próprio, da diminuição de 33% para 28% do custeio sobre a receita – ou 1,76% do Orçamento.

Ele ainda anunciou um aumento salarial para os secretários, como forma de evitar a corrupção. “É hipocrisia querer boa administração de alguém que ganha algo em torno de R$ 13 mil. Não quero ladrões no meu governo”, afirmou. Amazonino já encomendou à Casa Civil que prepare um ato para aumentar esses salários.

Apesar de ter convidado os deputados federais Pauderney Avelino (DEM) e Hissa Abrahão (PDT) para acompanhar a coletiva a seu lado, Amazonino negou que esteja pensando na eleição de outubro. “Honestamente, é o que menos penso. Tanta coisa para me preocupar que não cabe espaço para eu ficar pensando em política”, afirmou.

Na véspera, entretanto, ele teve reuniões com os dois parlamentares para fechar o apoio deles à sua reeleição.

Não faltaram cutucadas em seu principal desafeto do momento – o presidente da Assembleia Legislativa, deputado David Almeida (sem partido). O governador disse que  encontrou as contas do Estado em total desequilíbrio, com despesas empenhadas que superavam R$ 500 milhões e bem acima da receita disponível. Isso sem contar com despesas que ainda não estavam empenhadas e aquelas sem respaldo contratual. “Encontramos muitas dívidas, muitas delas contraídas de forma ilegal. A forma também que executaram, pois pagavam os contratos irregulares como forma de indenização”, atacou 

O tal “rombo” de R$ 1,2 bilhão alegado pelo secretário de Saúde, Francisco Deodato, logo nos primeiros dias de Governo, também sumiu do balanço de 100 dias. No lugar dele, Amazonino afirmou que as dívidas herdadas “de governos passados” chegavam a R$ 311 milhões somente com as cooperativas. Segundo ele, o Estado já pagou R$ 213 milhões do volume de dívidas com terceirizados. Também foram pagos R$ 29 milhões para fornecedores de medicamentos e produtos para saúde. 

Amazonino fez ainda uma revelação: havia despesas em aberto que não eram compatíveis com o orçamento previsto na Secretaria de Estado de Juventude, Esporte e Lazer, no valor de mais de R$ 17 milhões, referentes aos anos de 2015, 2016 e 2017. Desse montante, R$ 3,4 milhões seriam referentes a indenizações por serviços prestados sem contrato formal. Uma denúncia que pode complicar ainda mais a vida do já enrolado ex-governador José Melo (PROS). 

A se julgar pelas áreas sobre as quais o governador apresentou balanços específicos, estão prestigiados no Governo, pela ordem, o secretário de Saúde, Francisco Deodato; o de Educação, Lourenço Braga, a presidente do Fundo de Promoção Social, Mônica Mendes, e o vice-governador e secretário de Segurança, Bosco Saraiva (SD). Este último, aliás, fez uma declaração no mínimo polêmica, ao afirmar que sua pasta era “a mais bagunçada do Governo”. O secretário que o antecedeu foi o delegado federal Sérgio Fontes.

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