Fepesca nega desvio de verbas e diz estar cooperando com MPF

A Federação dos Pescadores do Amazonas negou que esteja envolvida no esquema de irregularidades em oito convênios firmados entre o Governo do Amazonas e a Federação do Estado do Amazonas e Roraima (FEPESCA), entre os anos de 2009 e 2014, apontado pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) durante a operação “Traíra”, deflagrada pelo MP na quinta-feira (7).

O presidente da Federação dos Pescadores do Amazonas, Walzenir Falcão, negou as acusações em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (8), na sede do órgão, no bairro da Betânia, Zona Sul de Manaus. Ele disse que a Federação está cooperando com o MP.

“O Ministério Público está fazendo exatamente o seu papel com órgão institucional que existe para isso. Há rumores de indicação de desvio de conduta naquelas instituição, é convênio que não foi cumprido, algumas demandas, a Federação se comportou de forma clara, aberta e abriu as portas, não só aqui dentro da nossa Federação, como também recebi a equipe de policiais coordenada por delegados que estiveram na minha casa e levaram a documentação que acharam que era pertinente”, afirmou o presidente.

Coletiva aconteceu no prédio da Federação, na Zona Sul de Manaus. (Foto: Ariane Alcântara/G1 AM)

Quanto às irregularidades nos convênios, Falcão explicou que toda a documentação dos convênios foi repassada ao MP.

“Quanto à observação dos convênios, escutei pela mídia, vi alguns vídeos, de deputados da Assembleia dizendo que não ocorreram, vamos mostrar. A Federação tem as suas prestações de contas que, inclusive, foi cedido, para o Ministério Público as documentações dos convênios que foram feitos e dizendo nessas prestações de contas, aonde foi realizado”, disse.

“Eu não posso estar falando, defendendo, as demandas de notas, se é legal ou se não é, quando se faz uma compra, ao emitir a nota, estamos achando que aquela nota, estamos confiantes que aquilo é legal. Então, isso foi feito. Isso foi entregue ao Ministério Público, através da Polícia Civil ontem”, explicou Falcão durante a coletiva.

Segundo o presidente da Fepesca, no dia 12 de dezembro, ele irá ao MP para esclarecer as acusações.

“Vamos mostrar isso através de documentos. Eu tenho uma visita que vou fazer ao Ministério Público, fui convidado, para o dia 12 e a gente vai lá esclarecer a nossa parte e ouvir o que o MP tem ao fazer essas afirmações. A Federação está aberta aqui para prestar todos os esclarecimentos à sociedade, através da imprensa, que conhece o trabalho nosso. Só não podemos é ficar de braços cruzados”, informou Falcão.

Operação

Um esquema envolvendo convênios entre o governo do Amazonas, a Federação de Pescadores do Estado do Amazonas e Roraima (FEPESCA) e empresas pode ter desviado R$ 7.850.000,00. Os repasses foram efetuados entre 2009 e 2014 para capacitação de pescadores em 12 municípios amazonenses, mas os cursos nunca foram realizados. Durante períodos eleitorais, o volume de dinheiro e a quantidade convênios dobraram. As informações foram divulgadas após a operação Traíra.

A Justiça expediu 26 mandados de busca e apreensão a serem cumpridos na capital e em Manacapuru, na Região Metropolitana de Manaus.

  • 26 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Manaus e Manacapuru;
  • 5 mil documentos foram recolhidos nas sedes das empresas, da FEPESCA e nas residências dos sócios das empresas, dirigentes e contador da Federação;
  • 16 pessoas físicas e 10 empresas são investigadas;
  • Pelo menos 6 empresas apresentavam o mesmo e-mail de contato;
  • Quatro tinham mesmo número de telefone nos cadastros das notas fiscais;
  • Duas empresas funcionam em casas em Manaus nos bairros São Raimundo e Cidade Nova;
  • Empresas não têm empregados cadastrados;
  • Empresas sem alvará de funcionamento.

Informações e foto do G1 Amazonas

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