“Estão me ameaçando porque eu sei dos crimes que eles cometeram”, diz deputada

Dois ex-integrantes do alto escalão do Governo José Melo são mentores intelectuais do assassinato do militante Alexandre César Ferreira Gomes, 33, em fevereiro do ano passado. Segundo documentos apresentados pela deputada estadual Alessandra Campêlo (PMDB) em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 20 de março, na Assembleia Legislativa, o irmão do governador, Evandro Melo, e o ex-comandante geral da PM, coronel Marcus Frota, são os mandantes do crime que tem clara motivação política.
De acordo com as investigações, Alexandre Ferreira teria sido o responsável por articular o protesto em que o militante Hinaldo Castro jogou cópias de notas falsas de R$ 100 em direção ao governador José Melo no dia 1º de fevereiro de 2016, data de início dos trabalhos legislativos na Assembleia.

Evandro e Frota se envolveram para tentar coagir Alexandre a inventar que o protesto na Assembleia teria sido idealizado pelos dois mais ferrenhos opositores do governador, Alessandra Campêlo e José Ricardo Wendling (PT). A trama ardilosa deu errado e Alexandre acabou executado com um tiro na cabeça  – o corpo foi encontrado no dia 13 de fevereiro do ano passado nas matas da Estrada do Puraquequara.

Após acompanhar de perto todos os passos da investigação e constatar o envolvimento de poderosos do Governo no caso, Alessandra e membros de sua equipe passaram a ser perseguidos por carros com placas frias. A deputada revelou que tornou o assunto público para preservar sua integridade física e também dos membros de sua equipe.

“Minha equipe está temendo por suas vidas e eu, por orientação do Ministério Público Federal, passei a andar em carro blindado. O que me disseram é que estas pessoas são muito perigosas”, afirmou a parlamentar, que também disse ser vítima de perseguição política e ataques contra sua honra por parte de grupos de comunicação aliados do governador.

Na vasta documentação entregue por Alessandra aos jornalistas na coletiva, os acusados de cometer o crime, Ildercler Ponce de Leão, Tiago dos Santos Nascimento e Carlos Henrique da Silva Melo relataram encontros pessoais com o irmão do governador e o ex-comandante geral da PM. A ação criminosa contra Alexandre tem mais três envolvidos: o cabo da PM Edmilson Pimentel Rodrigues, além de Edilson Ferreira e Noel Oliveira Lima.

Alessandra enfatizou que já fez várias denúncias sobre os desmandos do Governo, mas especificamente em relação a esse caso se sentiu ameaçada. Por isso, a deputada agora é acompanhada por seguranças e também divulgou um vídeo nas redes sociais como forma de deixar a sociedade e as autoridades avisadas caso algo venha a ocorrer.

“Tive acesso a três pedidos de investigação contra o irmão do governador e o ex-comandante geral da PM, por estarem envolvidos como mandantes do assassinato do Alexandre. Torno o assunto público para me proteger e para que a sociedade entenda também os ataques que venho sofrendo, inclusive na imprensa por veículos de comunicação ligados ao Governo”, afirmou Alessandra.

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