Entidades foram às ruas protestar contra reforma na Previdência

Entidades sindicais, estudantis e movimentos sociais foram às ruas, nesta segunda-feira (19), Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações, para pressionar os deputados federais a votarem contra a Reforma da Previdência (PEC 287/2016), na Câmara. Era previsto para hoje o início da discussão do texto, mas na última semana o governo federal informou que pretende votar a proposta apenas na quarta-feira (28).A Praça Heliodoro Balbi, no centro de Manaus, foi escolhida como o local de concentração dos manifestantes que empunhavam bandeiras, faixas e cartazes contra a medida considerada um dos maiores retrocessos para a classe trabalhadora. O grupo de manifestantes, composto por professores da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (ADUA), membros da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Superior do Estado do Amazonas (Sintesam), do Movimento Luta Popular (MLP), da Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (Anel), e de movimentos sociais e estudantis, fez questão de manter a mobilização e reforçar a importância da unidade na luta contra os ataques praticados pelo governo ilegítimo de Michel Temer, mesmo após a transferência do início da votação.

A Contrarreforma da Previdência impõe novos limites aos trabalhadores, entre eles estender o tempo de contribuição e aumentar percentuais da alíquota, gerando prejuízos mesmo a quem já atende aos requisitos necessários para aposentar-se, devido a exclusão do grupo de transição do projeto.

O Dia Nacional de Greves, Paralisações e Mobilizações ocorre em âmbito nacional e, em Manaus atende à convocatória do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) para que as entidades conclamassem as bases e os trabalhadores em geral para uma Greve Geral neste dia 19 de fevereiro.

Para a categoria, só a greve geral é a saída para barrar a proposta que representa o fim da aposentadoria no país. Em 2017, devido as greves gerais do dia 28 de abril, 30 de junho e 5 de dezembro os trabalhadores obtiveram uma vitória parcial no enfrentamento aos diversos ataques a direitos sociais e trabalhistas, impostos pelo governo ilegítimo de Michel Temer – que tentou aprovar a todo custo a Reforma da Previdência e não conseguiu.

Para o presidente da ADUA, professor Aldair Oliveira de Andrade, o dia 19 de fevereiro faz parte de um projeto de manifestação pública contra a Reforma da Previdência e contra todas as reformas e contrarreformas capitaneadas pelo governo federal nos últimos tempos.

“O Dia 19 foi retirado no Fonasefe e tem o objetivo de demonstrar para a população que a Reforma da Previdência é um ataque e uma retirada de direitos que foram conquistados arduamente pela classe trabalhadora. Essa proposta fere a Constituição de 1988, pois a seguridade social estava garantida aos trabalhadores, além de ter sido construída a partir da grande mentira de que a Previdência é deficitária. Os institutos de pesquisa e a Auditoria Cidadã da Dívida têm provado que a Previdência é superavitária, ou seja, sobra dinheiro. O problema é que o governo federal tem deixado de cobrar as grandes empresas e retirado dinheiro para outros fins e, vem agora culpar o trabalhador”, afirmou.

Diretor da CSP-Conlutas Amazonas, Gilberto Vasconcelos chamou a atenção para o impacto que a possível aprovação da reforma terá para os jovens que estão ingressando no mercado de trabalho. “Não é possível admitir uma reforma que retira direitos das pessoas que mais necessitam. O governo mente para a população ao dizer que medida busca acabar com os privilégios. A verdade é que essa medida, caso aprovada, vai dizimar a aposentadoria, principalmente dos jovens e quem já está no mercado será submetido a um pedágio, tendo que aguardar de cinco a dez anos para se aposentar, dependendo da idade que ele tenha. Os trabalhadores rurais serão obrigados a comprovar tempo de contribuição, diferente do modelo vigente que exige a comprovação de tempo de trabalho”, destacou.

Bola da Suframa

Em Manaus, a mobilização da classe trabalhadora contra a Reforma da Previdência ocorreu também em outras zonas da cidade. Na Bola da Suframa, na zona sul, área de principal acesso para o Distrito Industrial a atividade teve início às 6h da manhã, com a paralisação do trânsito por manifestantes. O ato realizado no local foi convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CTB) e liberou o trecho apenas por volta das 7h40.

Qual Sua Opinião? Comente:

Deixe uma resposta