Empresas contratadas pela Susam monopolizam serviços de saúde no Estado, diz Vicente

No programa Mais Médicos, do governo do PT, os profissionais ficavam com apenas 10% do salário e os restantes 90% iam para o governo de Cuba. O modus operandi parece ser o mesmo na Secretaria de Saúde do Amazonas: 10% dos recursos ficam os servidores e 90% vão para as empresas terceirizadas, contratadas pelo governo. É a opinião do deputado Vicente Lopes (PMDB), manifestada nesta terça-feira 25, ao secretário de Saúde Pedro Elias que, em obediência a uma ordem judicial, compareceu à Assembleia Legislativa, para dar explicações sobre os problemas e os últimos escândalos do setor. Lopes citou a Operação Maus Caminhos, que descobriu fraude no Instituto Novos Caminhos, nos contratos com o Estado.

 “Conforme noticiado, mais de 200 milhões de reais foram desviados. É algo inaceitável”, afirmou. O deputado, como já fez em outras ocasiões, questionou decisão da Secretaria em terceirizar até a gestão de unidades de Saúde, de uma forma que ele nunca ouviu falar. Caso da maternidade de Tabatinga. A gestão sempre coube aos servidores públicos, insistiu. Resultado: os servidores ficam de braços cruzados, os equipamentos de todas as unidades de urgência estão enferrujando “e o Estado pagando para uma empresa terceirizada”.

 Vicente Lopes também quis saber do secretário se ele tinha conhecimento de que colegas profissionais deixam de atender pacientes e também de operar por falta de material. Vicente Lopes, também médico, afirmou não responsabilizar Pedro Elias pelo que está acontecendo, pois ele assumiu a Secretaria de Saúde depois 2015 e reconhecia a sua qualificação profissional e responsabilidade como gestor (já dirigiu o Hospital Francisca Mendes), mas gostaria de saber o seu “sentimento” em relação aos fatos do momento.O deputado aproveitou para lembrar de outros serviços terceirizados que o governo contratou.  Em 2014, a Secretaria de Infraestrutura firmou contrato com um consórcio de empresas, no valor de R$ 133 milhões,  para fiscalizar obras públicas do Estado.

 “Ora, quem tem competência para fiscalizar obras públicas é a Secretaria de Infraestrutura”, afirmou. Durante a sessão especial, vários deputados questionaram o secretário Pedro Elias. Ele deu várias explicações, como a contratação de concursados de 2014, mais de mil de 2005 e ainda esta semana mais 1.739 concursados serão chamados.  Ele agradeceu aos profissionais que continuaram prestando serviços, mesmo com os salários atrasados.   Também explicou que o processo de  terceirização na área de saúde no Amazonas  acontece há mais de 20 anos e sugeriu que a solução seria realizar concurso público.

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