“Em respeito à população, e não ao governador, os praças da PM decidiram não parar”

Praças, oficiais e bombeiros não vão paralisar as atividades em respeito à população amazonense. Essa foi a principal deliberação da Assembleia Geral da Polícia Militar, realizada na manhã deste sábado, 7 de janeiro, na sede da Associação dos Cabos e Soldados da PM, na rodovia Torquato Tapajós, Zona Norte de Manaus. 

O encontro contou com a presença de todas as entidades representativas dos PMs. A reunião também teve a participação de três deputados estaduais – Alessandra Campêlo (PMDB), Platiny Soares (DEM) e Cabo Maciel (PR).

A presença não foi maciça e este fato é atribuído pelos próprios policiais ao descrédito dos parlamentares eleitos pela tropa e das próprias lideranças sindicais, que seriam claudicantes na hora de defender os direitos dos praças.

Após as rebeliões que resultaram em 60 mortes nos presídios Anísio Jobim e Puraquequara, o entendimento dos policiais militares é que a corporação não deve cruzar os braços, apesar de o Governo estar em dívida com os PMs em diversas demandas.

“Não em consideração ao governador do Estado, não em consideração a nenhum político, mas em consideração a você, cidadão amazonense, manauara que paga seus impostos e que acredita na Polícia Militar, nós decidimos não parar hoje. Para defender a família manauara, nós, policiais militares, nos manteremos nas ruas defendendo a dignidade sociedade”, disse o presidente da Associação dos Praças do Estado do Amazonas (Apeam), Gerson Feitosa.

O presidente da Associação dos Cabos e Soldados (ACS), Igo Silva, alertou que trabalhará para que o Governo atenda as principais demandas categoria até o mês de abril, como cumprimento da data-base, lei das promoções, auxílio fardamento, fardamento, armamento e porte de arma. A categoria também se articula junto aos deputados para a criação da Lei da Escala (regulamentação da carga horária de trabalho dos PMs).

A deputada Alessandra comentou a decisão da Assembleia Geral da PM e pediu apoio da população para os servidores da Segurança Pública.

“Ao deliberar pela não paralisação das atividades, a Polícia Militar deu uma prova de sua responsabilidade com a segurança da população nesse momento de crise que o Estado está vivendo, mas o Governo insiste em ignorar a categoria. A população precisa saber que as polícias Civil, Militar e o Corpo de Bombeiros não têm condições ideais de trabalho. Os policiais precisam ser valorizados e a sociedade pode ajudar pressionando o Governo a olhar pela categoria”, concluiu a parlamentar.

Veja nota divulgada ontem, após a assembleia:

“Em Assembleia Geral conjunta ocorrida hoje (07), pela manhã na sede da ACS, na qual pudemos contar com a modesta presença de 217 participantes entre policias e bombeiros militares, de acordo com o registro de assinaturas, decidimos o seguinte:

1-      Policiais atuando nos presídios – Que a tropa dará continuidade à GUARDA EXTERNA e em muralha, nos presídios, com ressalva de que sejam oferecidas melhores condições de trabalho aos policias, tais como estrutura de apoio, maior efetivo, cautela de armamento dentro e fora do horário de serviço e equipamentos adequados como colete balístico etc;

2- Crimes praticados contra a vida de PMs e BMs -No que tange aos crimes contra policias e bombeiros militares, foi deliberado que será levada ao Secretário de segurança pública, a proposta da criação de uma comissão exclusiva para tratar desse assunto visando o combate e apuração detalhada de tais situações;

3 – Armamento – Foi deliberado que será cobrado do Governo do Estado, medidas sobre o porte de arma na carteira para todos os policias sem exceção, da ativa e da reserva remunerada e que tais respostas devem ser obtidas até o mês de abril do ano corrente. Ou, revogação da portaria que recolhe o armamento ou criação de uma nova portaria que facilite a cautela deste a todos os PMs.

4 – LOA e Data Base.

Junto a essas demandas englobaram-se como pautas a serem levadas para o governo a lei de jornada de trabalho, auxilio fardamento, promoção dos injustiçados, dos alunos soldados e a o reajuste da data base.

Estas decisões, embora certamente deixem de contemplar a vontade de algumas pessoas, foram as definições dessa assembleia. Levou-se em conta a atual situação de crise vivida na segurança pública em que a população está sendo a maior prejudicada. Qualquer decisão que fugisse desse parâmetro e desse bom senso seria extremamente danosa à sociedade.

Tão somente por isso, entendemos que o momento não seja oportuno para a tomada de medidas drásticas mas é preciso deixar claro que há no seio de toda a tropa um enorme sentimento de injustiça e falta de consideração por parte do Governo. Por hora vamos continuar cumprindo nosso papel e nossas responsabilidades, em contrapartida exigimos respeito e valorização. E SERÃO COBRADOS!

Gostaríamos de parabenizar a todos que puderam comparecer e este evento de tamanha importância e grandeza em que pela primeira vez na história de lutas da categoria houve a reunião dos principais representantes à mesa de discussões onde tivemos o presidente CB Igo Silva da ACS, SD Marlon Richard presidente do conselho deliberativo ACS, SD Fournier da ABMAM, Gerson Feitosa da APEAM, SGT Pereirinha da ASSOAPBMAM, Major Emerson Figueiredo e Major Wilmar, respectivamente, presidente e vice da AOPBMAM, o vereador Cel. Gilvandro do CMPM, os Deputados Estaduais Maciel, Platiny e Alessandra Campelo além de vários praças e oficias da PMAM e BMAM.

Até a próxima segunda-feira(09), a ata que oficializa essa Assembleia Geral conjunta segue com todas as assinaturas dos representantes e deputados e será encaminhada diretamente ao Governador.

Convidamos a todos para que no dia 01 de fevereiro deste ano, participem de um novo ato público, dessa vez na sede da Assembleia Legislativa -Aleam, com o intuito de pressionar o Governo quanto ao cumprimento dessas reivindicações. É fundamental que haja participação massiva da tropa nesse dia.

Admiramos muito os “leões furiosos” do What’s App e das redes sociais mas precisamos dessa colaboração também e de corpo presente!

CB Igo Silva – Presidente da ACS”

 

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