Economista orienta sobre o que fazer com o dinheiro do FGTS

A liberação do saldo do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) inativo é uma tentativa do Governo Federal de reaquecer a economia, injetando aproximadamente R$ 30 bilhões no mercado nacional. O vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-AM), Stony Bindá, explica que em termos macroeconômicos essa medida significa mexer diretamente na variável consumo, já que o valor estimado representa cerca de 5% do PIB (Produto Interno Bruto).

Segundo a CEF (Caixa Econômica Federal), há 49,6 milhões de contas inativas – 95% delas com valores até R$ 3 mil e 5% com valores superiores a R$ 3 mil. Estima-se que mais de 10 milhões de trabalhadores têm direito ao saque desses recursos.

“Para muitos, esse dinheiro é bem-vindo e está chegando em boa hora. Alguns usarão o dinheiro para quitar dívidas, já outros que se encontram com suas finanças pessoais equilibradas é o momento para dar impulso a investimentos visando uma qualidade de vida futura”, diz o economista.

Stony orienta que quem tem as chamadas dívidas ruins, o melhor é priorizá-las. “São aquelas que têm um juro muito alto. Temos como exemplo o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito, cujos juros estão no patamar de 12,5% a 15% ao mês, enquanto o rendimento dos saldos das contas do FGTS é de apenas 3% ao ano”.

Mas investir para o futuro é o caminho para quem não tem dívidas, de acordo com o vice-presidente do Corecon. Ele explica que, para quem ainda não conhece, o Tesouro Direto é um programa para compra e venda de títulos públicos, funcionando basicamente como se a pessoa estivesse emprestando dinheiro para a União financiar obras públicas e, em troca, recebe juros por essa transação. “Uma vantagem em aplicar seu dinheiro no TD é que tem volume de negócios para todos os bolsos. O valor mínimo aceitável é de R$ 30. Vale apena conferir”, sugere.

Outra dica do especialista é fugir de poupança, já que o seu rendimento mal bate a inflação. “Isso significa que quem faz esse investimento tem perda real de poder aquisitivo”, revela ele, citando que, além do Tesouro Direto, são bem mais rentáveis investir nos Fundos de Renda Fixa Referenciados DI, que são pós fixados e investem, no mínimo, 95% do seu patrimônio em títulos públicos atrelados à Taxa Selic; e investimento CDB (Certificado de Depósito Bancário), que são títulos que os bancos emitem para se capitalizar. “O mais importante é usar esse recurso para poupar e investir para o futuro. Nada de gastar o dinheiro com com supérfluos”.

Quem pode sacar o FGTS inativo

O saque do FGTS pode ser feito para todos aqueles trabalhadores que possuem saldo inativo em conta desde 31 de dezembro de 2015, ou seja, para aqueles que não tenham carteira assinada desde dessa data, ou que os mesmos não tenham recebido nenhum depósito em conta do Fundo de Garantia.

Assim como é feito anualmente no calendário PIS, o FGTS foi organizado de forma semelhante, a fim de evitar filas nas agências da Caixa Econômica Federal, agilizando assim o saque do benefício. Assim, seguem as datas para os saques: quem nasceu nos meses de janeiro de fevereiro, pode sacar o benefício a partir de março deste ano; quem nasceu em março, abril e maio, saca no mês de abril; quem nasceu em junho, julho e agosto, saca em maio. E para quem nasceu em setembro, outubro, novembro e dezembro, o mês de saque será em junho.

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