Décimo terceiro deve injetar nada menos que R$ 2 bilhões na economia do Estado

Com a chegada dos 50% restantes do 13º salário, os empregadores têm até o dia 20 para efetivar esse pagamento, muitos amazonenses devem estar fazendo planos e pensando de que forma utilizar o dinheiro extra deste ano, um dos mais afetados pela atual crise econômica, que já deixou mais de 230 mil desempregados em todo o Estado, até o segundo trimestre deste ano, representando nada menos do que 13,2% da população. Mesmo assim, o 13º ainda deve injetar cerca de R$ 2 bilhões na economia amazonense até o final de dezembro e o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-AM), Nelson Azevedo, dá algumas dicas de como aproveitar esse dinheiro de forma inteligente, sem deixar de aproveitá-lo nas festas de final de ano e de quitar dívidas importantes ou até mesmo de fazer poupança para projetos futuros e imprevistos que podem acontecer.

Ceia de Natal e com ela as comidas e guloseimas típicas desta época do ano, as confraternizações no trabalho, os amigos ocultos, a festa de réveillon, roupas, presentes. É muita coisa para se preocupar. E se for pensar nos compromissos de início de ano, como IPVA, IPTU, material escolar, matrículas, parcelamentos no cartão de crédito e dívidas deixadas no ano anterior, aí é que a “cabeça vai a mil”. Nelson Azevedo já adverte logo: papel e caneta na mão, porque neste momento de grande recessão, é preciso planejamento e moderação.

“Liste primeiro as suas dívidas, as maiores, as que estão em atraso ou as que têm os juros maiores, como os de cartão de crédito. Depois acrescente as contas típicas de início de ano, como IPTU, IPVA, material escolar e matrícula dos filhos. E por fim, os seus maiores desejos e planos com esse dinheiro. E veja se a conta bate. Se a soma dessas prioridades é menor do que o valor que você tem a receber. Mas, se a conta não bateu, não se desespere. Terá que fazer algumas escolhas importantes que eu posso te orientar”, assegura o economista.

Apesar de 37,8% dos amazonenses informarem que irão pagar dívidas com o 13º, contra 35,6% que irão fazer as compras de Natal, de acordo com pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDLM), a publicidade dos meios de comunicação é agressiva nesta época para justamente fisgar esse rendimento extra. “Mas é possível resistir e ser mais moderado. O ideal é não gastar além de 20% do valor total nas festas. Sendo um Natal da crise, o consumidor deve apelar para a criatividade. Fazer uma ceia diferente, com itens mais comuns e baratos, fugindo dos importados ou buscando as feiras de artesanato natalinas. Prefira compras à vista, mas se for parcelar, que seja sem juros. Uma boa pedida é também trocar os presentes para cada membro da família por um amigo oculto ou até mesmo deixar para comprar esses “mimos” em janeiro, quando ocorrem as tradicionais liquidações e queimas de estoque. O importante é celebrar o espírito de Natal”.

As dívidas devem ser mesmo prioridade

Ele aconselha, porém, que o uso mais racional desse dinheiro é mesmo com a quitação de dívidas. “O problema é definir qual deve ser liquidada primeiro. Mas as que têm as maiores taxas de juros, como cheque especial e cartão de crédito, devem ser priorizadas. É preciso eliminar os erros acumulados este ano e garantir uma maior tranquilidade financeira no ano que chega”, pondera o especialista.

Outra dica importante é para a necessidade de poupar parte do salário para as despesas do começo de 2017, como IPVA e IPTU e despesas com a escola dos filhos. “Com o documento do carro atrasado, você pode ser parado numa “blitz” de trânsito, ser multado, ter o carro guinchado e essa dívida crescer ainda mais. O ideal é quitar essa conta à vista, com desconto, ou até mesmo fazer o parcelamento sem juros. A mesma situação pode ser aplicada para o pagamento do IPTU. Mas é também preciso cautela para a compra do material escolar. Opte por fazer antes do Natal. Em janeiro, os preços sobem ainda mais. Pesquise, peça descontos à vista. Essas são algumas saídas”, orienta o presidente do Corecon.

E ainda lembra: “o gasto deve ser consciente para não fazer dívidas. Estamos em uma crise, uma das piores recessões da história do País. A nossa expectativa e esperança é de que a economia brasileira comece a crescer até o primeiro semestre de 2017. Mas o momento atual é de cautela. O mais saudável é se planejar e fazer uma poupança. O dinheiro que se ganha deve ser reserva para a vida”.

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