Caos instalado no João Lúcio prejudica até o funcionamento do Samu. Para Melo, é boicote

protesto 28 de agosto

Depois de um período de hibernação, o governador José Melo saiu da toca ontem para dizer que a culpa pelo que está acontecendo na saúde é dos profissionais, que vêm boicotando os hospitais públicos. O blog teve acesso a informações que desmentem categoricamente o mandatário. No hospital João Lúcio, pacientes estão sendo levados em ambulância do Samu para fazer tomografias no Hospital 28 de Agosto, porque o tomógrafo da unidade está queimado desde setembro – Melo disse que tudo aconteceu na virada do ano. E o diretor, José Jorge Pinheiro Guimarães, que é ortopedista, está assinando todas as requisições, porque os especialistas, com salários atrasados, se negam a faze-lo.

Agora perceba como o caos se instalou na saúde: o paciente removido pelo Samu do João Lúcio para o 28 de Agosto para realizar tomografia permanece entre uma e duas horas no procedimento. Neste período, a ambulância fica imobilizada, o que impede o atendimento de emergências. Ou seja, a gestão desastrosa da Saúde estadual já contaminou a saúde municipal.

Para Melo, entretanto, é o contrário: mesmo tentando tirar o prefeito Arthur Neto da reta, ele disse com todas as letras que 40% dos casos que lotam os hospitais estaduais são de atenção, básica, ou seja, deveriam estar sendo atendidos nos postos de saúde da prefeitura.

Na hilária entrevista que concedeu ontem, o governador jogou a responsabilidade em todo mundo e não assumiu nada. Disse que está “horando todos os compromissos” e que vai rever todos os contratos do setor.

Na verdade, Melo está mais preocupado com a conclusão de seu julgamento no Tribunal Regional Eleitoral, na segunda-feira. Tem se dedicado integralmente a isso. Administrar o Estado para ele, hoje, é de somenos importância.

Enquanto isso, segue o improviso. No João Lúcio, o diretor, um ortopedista, está assinando todos os documentos necessários para a realização de exames em pacientes, uma vez que os especialistas, com salários muito atrasados, atendem os pacientes, mas se negam a assinar documentos.

Veja agora duas notas publicadas por fornecedores da saúde em jornais de Manaus neste final de semana:

nota 1

nota 2

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