Articulações da eleição suplementar mostraram que ficou impossível liderar um grupo político grande no Amazonas

As definições em torno das chapas que disputarão o Governo na eleição suplementar de agosto mostraram que o Amazonas vive um novo momento político. Já não é mais possível liderar um grupo político grande, como ocorria até bem pouco tempo atrás. O grupo de deputados estaduais liderado pelo governador interino, David Almeida, usou o poder momentâneo para rebelar-se contra os “caciques” – termo usado para designar políticos que comandam grupos numerosos – e inaugurou uma nova era, que talvez tenha vindo para ficar.

No passado, os chamados “caciques” brigavam apenas entre eles. Hoje, pode-se incluir na categoria de grandes líderes no Estado os senadores Eduardo Braga e Omar Aziz, o ex-governador Amazonino Mendes e o prefeito de Manaus, Arthur Neto. Nenhum deles, entretanto, lidera com a “mão de ferro” que caracterizava os antigos mandatários, como Gilberto Mestrinho.

Ao assumir o controle da máquina estadual, o grupo de deputados liderado por David Almeida vislumbrou a possibilidade de manter-se no poder, mas esbarrou no “caciquismo” de Omar. Este entendeu que, se admitisse a candidatura de um deputado estadual, estaria abrindo a possibilidade do surgimento de uma nova liderança, que poderia ameaçar seu quinhão de poder. Não contava, entretanto, com a rebeldia dos parlamentares, que o “peitaram” e criaram uma alternativa inesperada – a candidatura da ex-deputada Rebecca Garcia, com um deles, Abdala Fraxe, de vice.

Nos próximos dias, é muito possível que haja várias mudanças de partido no Amazonas, por conta dos acontecimentos recentes.

Por outro lado, se Rebecca ganhar a eleição, o quadro político do Estado vai mudar radicalmente. Os novos alinhamentos não obedecerão mais a lógica do “caciquismo”. Em compensação, a vitória de Braga ou de Amazonino causará sérios transtornos para os “rebeldes”.

As cartas estão na mesa.

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