A culpa é…..dos culpados ou os culpados de sempre 

Por Ronaldo Derzy Amazonas*
As famosas cenas de vídeos caseiros onde donos de cachorros com as provas dos crimes nas mãos questionam seus animais sobre maus feitos e estes com a cara mais lambida procuram se esconder ou fugir do interrogatório, guardam uma hilária e fatídica relação com a cara, gestos e justificativas oficiais emitidas pelos políticos enredados nas narrativas dos empresários especialmente com a famosa deleção do fim do mundo como é conhecida esta última feita pelos executivos da empreiteira Odebrecht.

Vi a carinha do Amigo; assisti a desculpa do Caju; ouvi a queixa da loira Ela; tentei entender a justificativa do Santo; ri do escapismo do Mineirinho enfim,  me esforcei pra encontrar em meio a desculpas esfarrapadas alguma que satisfizesse meus instintos de eleitor indignado com tantas e deslavadas mentiras.

Vamos e convenhamos meus fiéis e honestos leitores! Quanta  cara de pau de homens e mulheres ocupantes dos mais altos cargos políticos do país!
Até quando seremos obrigados a aguentar tamanha desfaçatez daqueles e daquelas que deveriam dar os primeiros e melhores exemplos de honestidade e de retidão de caráter à nação? 

Esse conluio abjeto entre empreiteiras e políticos, entre empresas estatais e partidos e essa negociata entre público e privado já passou e muito dos limites!

Penso que não existe parâmetro mundial de corrupção sistêmica que chegue perto do tamanho da propina, da quantidade dos valores envolvidos (mais de 10 bilhões de reais), do modus operandi e do número de empresários e políticos metidos até o pescoço, como a que estamos acompanhando por meio da lava a jato. A cada nova delação a cada nova operação demandada pela justiça federal quedamos todos boquiabertos com o tamanho do rombo e do desvio de recursos públicos.
Tomara que não nos acostumemos com isso e passemos a ver tudo como absolutamente normal e corriqueiro no mundo transverso e nojento da política brasileira como alguns querem transparecer e como descaradamente o pai de todas as propinas e dono do conglomerado Emílio Odebrecht relatou ao procurador que o interrogou.
Ao político só lhe assiste o dever de ser honesto. Nenhum gestor público pode se dar ao luxo de se envolver em negócios espúrios com empresários e empresas fornecedoras muito menos aceitar agrados pessoais ou recursos de financiamento para campanhas, fonte de todos os males que ora assistimos.
Na medida do grau de honestidade e retidão de caráter todo político deve se situar acima da média de qualquer outro cidadão.Mas, o que se percebe é que poucos políticos e partidos escapam dessa onda de desvio de conduta e roubalheira e, o que deve preocupar a nós todos é onde isso vai dar e em quanto tempo os tribunais superiores e instâncias abaixo levarão para analisar, julgar, arquivar, inocentar ou condenar um a um desses energúmenos denunciados.
Se tomarmos como exemplo o julgamento e o desfecho do mensalão com pouco mais de quarenta réus e que durou desde a oferta das denúncias e até o julgamento no STF mais de sete anos, é bom nos prepararmos para uma dezena de anos tendo em vista que o número de políticos enredados pela PGR passa de noventa; isto, se as manobras protelatórias, a troca de ministros do STF, os conchavos para abafar o caso, as investidas no congresso para mudar as leis entre outras chicanas, não determinarem um destino jurídico mais suave para os políticos e partidos denunciados.
Só nos resta a indignação, o inconformismo e nossa vingança por meio do voto, retirando da vida pública os maus políticos e levando ao ostracismo as agremiações partidárias protagonistas desse descalabro que não acaba nem fica pouco.
*O autor é empresário, farmacêutico e líder do movimento dos servidores da Saúde

Té logo! 

Qual Sua Opinião? Comente:

Deixe uma resposta